Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Há iguanas cor-de-rosa nas Galápagos que Charles Darwin não viu quando andou por lá...

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"Charles Darwin não viu iguanas cor-de-rosa quanto andou pelas ilhas Galápagos. Mas elas andam por lá, embora poucas vezes tenham sido avistadas, e podem ajudar a provar a divergência das espécies em ilhas remotas como estas, no Pacífico – até melhor do que os tentilhões de bicos diferentes, especializados de acordo com a sua alimentação, que serviram ao famoso naturalista para desenvolver a teoria da evolução através da selecção natural.

A primeira vez que foram vistas as iguanas rosadas com riscas pretas foi em 1986. E, desde então, só foram vistas mais algumas vezes — só agora a nova espécie foi descrita, num artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences por Gabriele Gentile, da Universidade de Roma-Tor Vergata.

“Apesar de toda a atenção que tem sido prestada às Galápagos, elas ainda não deixaram de nos oferecer novidades evolutivas”, escreve a equipa. “Até agora, esta espécie é a única prova de diversificação antiga dentro da linhagem de iguanas terrestres das ilhas Galápagos, e documenta um dos eventos de divergência mais antigos alguma vez registados ali”, escrevem ainda os cientistas.

Darwin, que andou nas Galápagos em 1835, identificou muitas variedades diferentes de tentilhões que, anos mais tarde, compreendeu serem adaptações à vida de cada ilha (são cerca de 100) nas Galápagos, que acabam por tornar-se espécies diferentes porque não se cruzam com animais que se adaptam a outras ilhas isoladas.

Mas em nenhuma das ilhas Galápagos que Darwin visitou encontrou iguanas cor-de-rosa. Mas a análise genética desta espécie sugere que se autonomizou das outras iguanas das ilhas há cerca de cinco milhões de anos — muito mais cedo do que outras espécies únicas das Galápagos, como os vários tipos de tentilhões.

“Não fomos os primeiros a avistar este animal, mas somos os primeiros a descrevê-lo e a dizer que se tratada de uma nova espécie”, disse Gentile à agência Reuters, numa entrevista por telefone.

Há cinco milhões de anos, este arquipélago estava a começar a formar-se. E hoje as iguanas cor-de-rosa, que têm mais de um metro de comprimento e pesam 12 quilos, parecem viver apenas junto a um único vulcão, que tem cerca de 350 mil anos.

Durante dois anos, a equipa documentou menos de 40 animais. Mas devem ter tido um território bem maior, diz Gentile. Estão a desaparecer: “A população deve ser muito pequena e há um grande risco de se extinguirem”, comentou Gentile."
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in Público online, 05-01-2009
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Charles Darwin (1809-1882)

"Nascido de uma família abastada, Darwin recebeu educação nas melhores instituições de seu tempo, posteriormente cursando medicina na Universidade de Edimburgo. Abandonou o curso de medicina dois anos após sua entrada na universidade. Mais tarde entrou para a Universidade de Cambridge, de 1828 a 1831. Lá entrou em contato com duas personalidades que influenciaram sobremaneira suas posteriores pesquisas: conheceu o geólogo Adam Sedwick e o estudioso de Botânica John Henslow. Este o convenceu a partir em uma viagem ao redor do mundo, que durou cinco anos. Nesta viagem, Darwin passou a coletar inúmeros espécimes da vida terrestre e marítima, já tendo sido instruído por Henslow e Sedwick na observação científica dos fenômenos do mundo natural e na observação dos resíduos da história terrestre.

Darwin tinha 22 anos quando zarpou em 1831 com o Beagle com a missão primária de desenhar reentrâncias mal conhecidas do litoral da costa Sul Americana. Enquanto a maioria da tripulação estava descobrindo a costa, Darwin ficava em terra coletando material da exótica flora e fauna até então pouco conhecidas pelos europeus.

Darwin teve a oportunidade de perceber as adaptações que aconteciam de acordo com cada ambiente, sejam as selvas brasileiras, sejam os pampas argentinos e ainda os Andes. Darwin estava estarrecido com as peculiaridades da distribuição geográfica das espécies. O caso que ficou mais famoso foi o das ilhas Galápagos, que ficam cerca de 900 km da costa e hoje pertencem ao Equador. As espécies nestas ilhas são endêmicas porém lembram espécies que vivem no continente sul americano. Darwin quando fez a sua coleta de pássaros não se preocupou em fazê-lo ilha por ilha, principalmente porque ele não tinha ainda idéia do significado que a fauna e a flora teriam para ele depois disso. Neste ponto da sua vida Darwin já estava questionando o conceito estático da Terra. Para ele a Terra evoluía e estava em constante transformação...

Quando Darwin coletou os tentilhões ele não sabia se eram todos de uma só espécie, ou se eram espécies diferentes. Quando ele voltou a Inglaterra em 1836 ele consultou ornitologistas que o disseram que eram espécies separadas. Quando isto aconteceu ele reviu as notas que escreveu durante a viagem e, em 1837, começou a escrever o primeiro de uma série de anotações sobre a origem das espécies...

Darwin então começava a perceber que a origem das espécies e a adaptação ao meio ambiente eram processos muito relacionados.

Nos primeiros anos de 1840 Darwin trabalhou nas bases de sua teoria de seleção natural e mecanismos de evolução, porém ele ainda não havia publicado nenhuma de suas idéias. Mas ele não estava distante da comunidade cientifica da época, pois já era considerado um grande naturalista pelas espécies que enviou de sua viagem com o Beagle e recebia cartas e visitas de cientistas renomados. Darwin tinha problemas de saúde e ficava muito dentro de casa e reunia cada vez mais material para dar suporte à sua teoria. Porém o pensamento evolucionista estava emergindo em diversas áreas e Darwin estava relutante em expor suas idéias para o público da comunidade cientifica... Até que em junho de 1858 Darwin recebeu uma carta de um jovem chamado Alfred Wallace, que estava trabalhando nas Índias Orientais. Na carta Wallace pedia para Darwin avaliar um paper e se considerasse relevante, que passasse para Lyell. No paper Wallace desenvolveu uma teoria de seleção natural essencialmente idêntica a de Darwin... Isto fez com que Darwin apressasse a publicação de "A Origem das Espécies", mas ele primeiro apresentou o trabalho de Wallace juntamente com um artigo que ele próprio (Darwin) havia escrito em 1844 (e deixado com a mulher para que ela publicasse caso ele morresse antes de escrever algo mais completo sobre o assunto) para a Sociedade Linnaen de Londres.

Darwin tinha tanto material para suportar suas idéias, e trabalhou tanto em cima desta teoria que até mesmo Wallace reconheceu que Darwin deveria ser reconhecido como autor principal da teoria. (afinal ele tinha manuscritos de 15 anos de idade...)

De volta da viagem, logo passou a registrar o resultado e as conclusões de suas vastas anotações que fez durante a longa viagem. Em sua observações durante a viagem, notou que as variações de espécies sucediam-se à medida em que avançava para outros territórios em sua viagem. Também registrou as observações sobre a variação de espécies das ilhas de Galápagos, em que cada ilha apresentava uma espécie dominante, ao passo em que reconheceu tais ilhas como formações geológicas recentes. Dois anos após sua volta à Inglaterra, toma contato com a obra que o influenciaria definitivamente: Ensaio sobre o Princípio da População, de Thomas Malthus. Nesta obra, o economista Thomas Malthus observa que as populações de quaisquer espécie não mantêm o mesmo número de indivíduos ao longo das gerações, pois cada par de indivíduos são gerados normalmente mais do que apenas dois indivíduos, enquanto a quantidade de fontes de alimentação permanece constante. Desta forma, haveria competição por alimento cada vez maior entre os indivíduos de uma população. Darwin notou que, se levasse em conta a variação entre os indivíduos, chegaria à conclusão que haveria indivíduos mais aptos do que outros, e estes indivíduos mais aptos sobreviveriam à custa da morte dos demais. Em sua linguagem, Darwin utilizou o termo “adaptação” (os indivíduos melhor adaptados ao seu meio seriam aqueles que portam variações vantajosas em relação aos demais indivíduos e às condições de sobrevivência de seu meio natural). Tal processo é a base do que Darwin denominou seleção natural. Deste conceito fundamental originou-se, no ano de 1859, a publicação da grande obra de Darwin, A Origem das Espécies. Tal foi o grande impacto de suas teorias em sua época que a primeira edição da Origem, com tiragem de mil duzentos e cinquenta exemplares, esgotou-se no primeiro dia. As idéias de Darwin logo encontraram fortes oponentes, desde muitos cientistas, que viam na teoria a incapacidade para explicar a origem das variações entre espécies e indivíduos de uma espécie, até líderes religiosos, pois as idéias de Darwin iam contra quaisquer concepções da origem da vida segundo os preceitos teológicos vigentes. O problema da não aceitação da teoria darwiniana por parte de cientistas obrigou Darwin a utilizar-se das idéias de Lamarck quanto à adaptação ao meio. Sua teoria, no entanto, passaria a ser aceita pelo meio científico apenas no século XX, depois das descobertas de Mendel acerca da transmissão hereditária de caracteres. Somente em 1997 a teoria recebeu anuência do representante máximo da Igreja Católica, o Papa João Paulo II. A teoria de Darwin revolucionou definitivamente o modo como o mundo científico e o homem de maneira geral compreendem a existência da vida no planeta."
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in: http://www.geocities.com/gilson_medufpr/darwin2.html

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.