Desaparecido.
Rui Pedro, que deixou de ser visto em Lousada a 4 de Março de 1998, faz quarta-feira 22 anos. O DN sabe que existe na PJ a convicção de que o jovem está morto, tese que consideram mais provável do que rapto para rede de pedofilia. O advogado Ricardo Sá Fernandes diz não haver provas da morte. Caso será arquivado se não surgirem novos elementos nas diligências em curso, as últimas.
Morte do rapaz é a hipótese mais forte, mas faltam as provas.
Estão em curso as últimas diligências relativas à investigação do desaparecimento de Rui Pedro em Lousada faz em Março 11 anos - a idade que tinha à data -, acções de que deverá resultar o encerramento do processo dentro de meses. O DN sabe que os investigadores da Polícia Judiciária (PJ) têm a convicção de que o jovem está morto, apesar de não haver provas nem certezas sobre como tudo aconteceu. Segundo apurou o DN junto de fontes próximas do processo, a hipótese da morte é, neste momento, a mais forte (tornando mais remota a do rapto para redes de pedofilia), admitindo-se que a investigação fique concluída em breve e o caso seja encerrado. Novos elementos estão, no entanto, ainda a ser procurados, numa derradeira tentativa antes do arquivamento do processo.
O processo, avocado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, mantém-se em investigação e há uma carta rogatória no estrangeiro que ainda não obteve resposta, mas a expectativa é que o caso seja encerrado nos próximos meses. Contactada pelo DN, a PJ não confirma a versão de homicídio: "Só poderíamos afirmar isso se houvesse um cadáver, uma das hipóteses é não estar vivo, mas há outras possíveis", disse fonte policial.
Filomena Teixeira e Manuel Mendonça, pais de Rui Pedro - que na quarta-feira completa 22 anos - não acreditam na tese da morte à data do desaparecimento, mas estão convictos de que a PJ "está a fazer alguma coisa". Ricardo Sá Fernandes, advogado da família, confirmou ao DN que decorrem actualmente diligências pela PJ do Porto. "O processo não está encerrado, estão a ser finalizadas diligências que podem trazer novos dados. É uma última tentativa para se descobrir o que aconteceu", disse, sem querer alongar-se sobre as iniciativas em curso.
"Decorre a investigação e ainda temos esperança que haja resultados", afirmou o advogado. Questionado sobre as linhas de investigação e a hipótese de a morte ser a mais forte é peremptório: "Não se pode dizer isso. Não há nenhum elemento que aponte que ele morreu. Não há mesmo nenhuma prova. Mas é uma hipótese que temos de admitir na medida em que o Rui Pedro desapareceu. Não se pode negar que, desde o início, é uma possibilidade. Mas não podemos ir por convicções, são necessárias provas." O advogado diz que o processo ficará encerrado nos próximos meses e reconhece que "pode ficar a aguardar melhor prova", isto é ser arquivado até surgirem novos elementos que justifiquem a sua reabertura. Até hoje, e desde 1999, o único arguido do processo é Afonso Dias, o adulto com quem Rui Pedro pediu à mãe para ir passear no dia do desaparecimento (4 de Março de 1998), o que esta recusou por ele ser muito mais velho. Filomena continua a acreditar que o indivíduo, na altura com 22 anos, não contou tudo o que sabe.
Afonso foi dado como suspeito, mas sempre clamou inocência. No final de 2007 reiterou essa versão e garantiu não ter recebido qualquer intimação para depor no âmbito do processo em curso há onze anos. Nessa data, Afonso era já camionista de longo curso, casado e pai de um filho.
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in DN online, 26-01-2009
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