Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Rui Pedro: Processo arquivado em breve...


Desaparecido.
Rui Pedro, que deixou de ser visto em Lousada a 4 de Março de 1998, faz quarta-feira 22 anos. O DN sabe que existe na PJ a convicção de que o jovem está morto, tese que consideram mais provável do que rapto para rede de pedofilia. O advogado Ricardo Sá Fernandes diz não haver provas da morte. Caso será arquivado se não surgirem novos elementos nas diligências em curso, as últimas.
Morte do rapaz é a hipótese mais forte, mas faltam as provas.
Estão em curso as últimas diligências relativas à investigação do desaparecimento de Rui Pedro em Lousada faz em Março 11 anos - a idade que tinha à data -, acções de que deverá resultar o encerramento do processo dentro de meses. O DN sabe que os investigadores da Polícia Judiciária (PJ) têm a convicção de que o jovem está morto, apesar de não haver provas nem certezas sobre como tudo aconteceu. Segundo apurou o DN junto de fontes próximas do processo, a hipótese da morte é, neste momento, a mais forte (tornando mais remota a do rapto para redes de pedofilia), admitindo-se que a investigação fique concluída em breve e o caso seja encerrado. Novos elementos estão, no entanto, ainda a ser procurados, numa derradeira tentativa antes do arquivamento do processo.
O processo, avocado pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, mantém-se em investigação e há uma carta rogatória no estrangeiro que ainda não obteve resposta, mas a expectativa é que o caso seja encerrado nos próximos meses. Contactada pelo DN, a PJ não confirma a versão de homicídio: "Só poderíamos afirmar isso se houvesse um cadáver, uma das hipóteses é não estar vivo, mas há outras possíveis", disse fonte policial.
Filomena Teixeira e Manuel Mendonça, pais de Rui Pedro - que na quarta-feira completa 22 anos - não acreditam na tese da morte à data do desaparecimento, mas estão convictos de que a PJ "está a fazer alguma coisa". Ricardo Sá Fernandes, advogado da família, confirmou ao DN que decorrem actualmente diligências pela PJ do Porto. "O processo não está encerrado, estão a ser finalizadas diligências que podem trazer novos dados. É uma última tentativa para se descobrir o que aconteceu", disse, sem querer alongar-se sobre as iniciativas em curso.
"Decorre a investigação e ainda temos esperança que haja resultados", afirmou o advogado. Questionado sobre as linhas de investigação e a hipótese de a morte ser a mais forte é peremptório: "Não se pode dizer isso. Não há nenhum elemento que aponte que ele morreu. Não há mesmo nenhuma prova. Mas é uma hipótese que temos de admitir na medida em que o Rui Pedro desapareceu. Não se pode negar que, desde o início, é uma possibilidade. Mas não podemos ir por convicções, são necessárias provas." O advogado diz que o processo ficará encerrado nos próximos meses e reconhece que "pode ficar a aguardar melhor prova", isto é ser arquivado até surgirem novos elementos que justifiquem a sua reabertura. Até hoje, e desde 1999, o único arguido do processo é Afonso Dias, o adulto com quem Rui Pedro pediu à mãe para ir passear no dia do desaparecimento (4 de Março de 1998), o que esta recusou por ele ser muito mais velho. Filomena continua a acreditar que o indivíduo, na altura com 22 anos, não contou tudo o que sabe.
Afonso foi dado como suspeito, mas sempre clamou inocência. No final de 2007 reiterou essa versão e garantiu não ter recebido qualquer intimação para depor no âmbito do processo em curso há onze anos. Nessa data, Afonso era já camionista de longo curso, casado e pai de um filho.
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in DN online, 26-01-2009

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.