"O Borda d'Água chama-se Borda d'Água, porquê? Porque (leio nesta edição do DN) o velho almanaque anunciava as marés e era afixado nos cais, à borda da água. Que bela pescadinha de rabo na boca: fiquei com mais uma informação útil e, esta, sobre o anuário das informações úteis. Eu já lhe estava grato por saber que hoje é dia de São João Nepomuceno, que nos protege das calúnias. E que, sendo Janeiro, é tempo de plantar, nas hortas, favas, e, nos jardins, begónias... Evidentemente, admiro o Borda d'Água por tantos saberes só a 1,50 euros. Mas o que é, mesmo, admirável no almanaque é ele ter encontrado aquilo que todos andamos à procura e poucos alcançam: a rolha. Sim, também nos espantamos com o sucesso do Larry Page e o seu Google ou do Bill Gates e a Microsoft - mas esses tinham o mercado mundial à espera e a modernidade a empurrá- -los. Apetece dizer, assim também eu... Agora, com o Borda d'Água, o mundo era este, luso, apertadinho, e foi a contra-corrente: quem quer saber, hoje, das fases da Lua? Pois, 340 mil portugueses, no ano passado (nem o Saramago...)! E olhem outra glória: o almanaque Borda d'Água já é uma espécie de Lacoste, já o falsificam..."
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Ferreira Fernandes, DN online, 05-01-2009
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