(O produtor Domingos Alves de Sousa, Santa Marta de Penaguião, Portugal)
"O conceituado Guia Independente do Consumidor de Bons Vinhos, do renomado crítico de vinhos Robert Parker, elegeu o vinho tinto "Abandonado", colheita de 2005, das caves Domingos Alves de Sousa, como o melhor produto da enologia portuguesa.
Num trabalho só sobre a qualidade dos vinhos em Portugal, do qual resultou uma lista dos 273 tintos e brancos analisados, a conceituada empresa norte-americana, conhecida como a "advogada dos vinhos", atribuiu 94 pontos (em 100) ao "Abandonado", mais três que o primeiro branco a surgir apenas em 16º lugar, o "Único", da Quinta das Marias, colheita de 2007.
Na lista daquele que é considerado o "Million Dolar Nose" (nariz de um milhão de dólares), em que os primeiros 15 vinhos são todos tintos, o Guia elege como segunda melhor marca o "Alicante Boushet Jb", das Caves Dona Maria, com 93+, cabendo o último lugar do pódio ao Tinto Gold Label da Quinta do Mouro (Miguel Louro, colheita de 2005) e ao Niepoort Robustus (2004), ambos com a pontuação (93-95).
Na categoria dos brancos, o guia daquele que é uma das figuras mais influentes na crítica internacional de vinhos, a "medalha de prata" vai para Niepoort Redoma, colheita de 2007, que surge na tabela no 23º posto, e a de "bronze" para o "Encruzado Barrica", também de 2007, da Quinta das Marias, que ocupa a 28ª posição.
A lista foi elaborada com base num trabalho desenvolvido por um dos "conselheiros" de Robert Parker, o também norte-americano Mark Squires, que esteve várias vezes em Portugal até 2007, tendo, nos últimos anos, efectuado idêntico trabalho em Israel, Grécia, Líbano, Bulgária, Chipre e Roménia."
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Lusa, última hora, 03-01-2009
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Domingos Alves de Sousa
A produção de vinhos é uma tradição familiar para Domingos Alves de Sousa: o seu pai (Edmundo Alves de Sousa) e avô (Domingos Alves de Sousa) tinham já sido vitivinicultores do Douro. Mas Domingos Alves de Sousa abraçou a princípio uma outra carreira. Tendo-se licenciado em Engenharia Civil, não resistiu porém ao duplo apelo (da terra e do sangue), e abandonou a sua actividade em 1987 para se dedicar em exclusivo à exploração das quintas que lhe couberam em herança e a outras que posteriormente adquiriu, nas quais tem vindo a executar um trabalho modelar de emparcelamento e de reestruturação das vinhas. A evolução da sua actividade vitivinícola reveste-se de aspectos interessantes, quase paradigmáticos e merece um pouco de história.
Durante muito tempo foi fornecedor das conhecidas e prestigiadas companhias Casa Ferreirinha e Sociedade dos Vinhos Borges. Mas os problemas que afectaram o sector nos finais da década de 80, que tiveram como consequência um aumento exagerado dos custos de produção, e em especial a catastrófica colheita de 1988, levaram-no a questionar a rentabilidade das suas explorações. E foi esse questionar o ponto de viragem.
Tal como muitos outros viticultores durienses, afectados pela recessão em que a Região Demarcada se debatia, voltou-se para a valorização das "sobras" do Vinho do Porto, ou seja, o vinho de pasto do Douro, até então tradicionalmente subalternizado em relação ao vinho generoso.
Claro que esta mudança radical de atitude exigia mais do que simples boa vontade e desejo de vencer: exigia formação técnica e profissional. Frequentou assim cursos de viticultura e enologia em Portugal e França (Bordéus) e, munido desse lastro e reunindo uma equipa devidamente qualificada, lançou mãos à obra na reestruturação das suas vinhas decidido a trilhar o seu próprio caminho de produtor-engarrafador, construindo na sua Quinta da Gaivosa a adega onde daí em diante vinificaria a produção das uvas provenientes das suas 5 Quintas.
Efectuadas algumas experiências com diversas castas, seleccionou as que se revelaram mais aptas a produzir os melhores vinhos de Denominação de Origem Douro, e com elas produziu e lançou no mercado, em meados de 1992, aquele que seria o seu primeiro vinho: o Quinta do Vale da Raposa branco 1991, que desde logo cativou os apreciadores e mereceu as melhores referências. Era o início de um percurso recheado de sucessos que se arrastou até aos dias de hoje, e de que amanhã concerteza ainda iremos ouvir falar.
A qualidade do seus vinhos tem vindo desde então a ser reconhecida através de distinções e referências em revistas da especialidade, destacando-se a atribuição do prémio "Produtor do ano" em 1999 pela prestigiada Revista de Vinhos.
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in: http://www.alvesdesousa.com/
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