«"Estamos a pedir à Cruz Vermelha que envie hospitais de campanha. Não podemos aguentar mais", disse em entrevista à "Al-Jazeera" um morador de Benghazi, na Líbia. "Parece uma zona de guerra entre manifestantes e as forças de segurança. Mais de 200 pessoas já foram assassinadas. Que Deus tenha piedade delas".
O primeiro balanço da a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch contabilizava 173 mortos, mas fontes hospitalares em Benghazi avançaram ao jornal "The Telegraph" que só na morgue daquela cidade foram hoje contados cerca de 200 cadáveres resultantes dos confrontos entre manifestantes anti-regime e autoridades.
A cidade de Benghazi tem sido um dos pontos altos dos confrontos durante todo o fim-de-semana. Forças de segurança do regime do coronel Muammar Kadhafi atacaram vários manifestantes que assistiam aos funerais das vítimas de confrontos anteriores, com tiros de metralhadoras, avançam fontes hospitalares.
De acordo com uma médica de Benghazi, identificada como Braikah, as vítimas foram levadas para o hospital Jala, sendo que "a maioria tinha ferimentos de bala, 90% na cabeça, no pescoço, no peito e, principalmente, no coração". A cidade está "a ser alvo de um massacre", concluiu.
A Líbia está a ser palco, desde terça-feira, de protestos de contestação ao regime de Kadhafi, há mais de 40 anos no poder.»
Texto in Expresso online, 20-02-2011
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