Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

terça-feira, 30 de abril de 2024

ANTÓNIO GUTERRES FAZ HOJE 75 ANOS



 

António Manuel de Oliveira Guterres (Lisboa, 30 de abril de 1949) é um engenheiro, político e diplomata português que serve como nono secretário-geral da Organização das Nações Unidas desde 2017.
Guterres foi Primeiro-Ministro de Portugal entre 1995 e 2002 e Secretário-Geral do Partido Socialista entre 1992 e 2002.
Foi Presidente da Internacional Socialista entre 1999 e 2005.
Exerceu o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados entre 15 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2015.
No ano seguinte, anunciou a sua candidatura ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas.
Em 5 de outubro de 2016 foi anunciada a vitória de Guterres na eleição para secretário-geral, sendo marcada para o dia seguinte a votação formal no Conselho de Segurança.
Em 6 de outubro de 2016 o Conselho de Segurança votou por unanimidade e aclamação a resolução que recomenda à Assembleia Geral a designação de Guterres como novo secretário-geral das Nações Unidas.
Depois do juramento prestado a 12 de dezembro de 2016, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Guterres tomou posse como o nono secretário-geral das Nações Unidas no dia 1 de janeiro de 2017 para um mandato de 5 anos.
Uma curiosidade pouco conhecida:
Quando Guterres saiu do Governo em 2002, retomou ações de solidariedade que sempre fizeram parte da sua vida mas que interrompera quando assumiu o cargo de SG do PS.
Uma dessas ações foi dar explicações de matemática junto de alunos de um conhecido bairro problemático do concelho de Loures: a Quinta do Mocho, em Sacavém.
Explicações que eram dadas à noite, com Guterres a chegar ao bairro e a sair discretamente no seu próprio carro, sem cobrar qualquer valor.

Foi dito pelo 'Pai de Santo', com terreiro de Candomblé no Conselho de Estado e SIC...




Velhos são os trapos



 

A infância não é um tempo, não é uma idade, uma coleção de memórias. A infância é quando ainda não é demasiado tarde. É quando estamos disponíveis para nos surpreendermos, para nos deixarmos encantar. A infância é uma janela que, fechada ou aberta, permanece viva dentro de nós.
Mia Couto


Dois Orgasmos de bradar aos céus!

Quando alguém te disser que num minuto não consegue sentir qualquer prazer, diz-lhe que basta um minuto para dois orgasmos, daqueles de bradar aos céus!




MEMÓRIAS - Venda de Leite de porta em porta




"O Lento, o Rural e o Doido", brevemente num cinema perto de si




O Che e o Che Che




¿Por qué no te callas, Marcelo?




'Dona de Casa' no dia 25 de Abril em Lisboa




Chegou ao fim um estilo que não deixará saudades no Futebol português




domingo, 28 de abril de 2024

António de Oliveira Salazar




No dia 28 de abril de 1889, nasce no Vimieiro, Santa Comba Dão, aquele que viria a ser presidente do Conselho de Ministros durante a ditadura do Estado Novo, entre 1933 e 1968.
Morreu em Lisboa a 27 de julho de 1970.
Odiado por uns e amado por outros, foi considerado “o maior português de sempre” no programa da RTP ‘Os Grandes Portugueses’, realizado em março de 2007, obtendo 42% dos votos expressos.



 

André Villas-Boas é o novo presidente do FC do Porto




MEMÓRIAS - Criação de Bezerros a Leite em Pó




Hoje senti saudades dos tempos em que criei bezerros a leite, que fazia 2 vezes ao dia.



Comprava leite em pó e depois com água saída do esquentador procurava uma temperatura entre 35° e 37° e com um balde fazia o papel de mãe.
 



O pior era quando chegavam aos 8/12 meses e tinha que os vender. 😪

Je suis, je suis, je suis




MEMÓRIAS - Candeeiro a Petróleo

 



Antigamente nem todas as habitações tinham eletricidade.

Há até quem diga que foi feliz assim.

O que acham?



 















Bar Bike - Brevemente num supermercado perto de si




Gabriel Estevão Monjane, o Gigante de Moçambique



 

Veio pela primeira vez a Portugal em 1969, causando grande alvoroço e curiosidade: em circos, feiras ou eventos privados, Gabriel era exibido pelo país como coisa rara e insólita, tendo viajado por todo o mundo.
Gabriel Estevão Monjane, o gigante de Manjacaze, media 2,45 metros de altura e era considerado o homem mais alto do mundo, fazendo parte do Livro de Recordes do Guinness.
Regressou a Moçambique após a independência.
Por lá, as coisas não lhe correram de feição e rareavam os espectáculos.
Casou-se e teve três filhos, vivendo do que lhe dava o restaurante que criara com o dinheiro (pouco) ganho com as exibições.
Voltou uma segunda vez a Portugal, em 1979, mas o infortúnio perseguia-o: no Coliseu de Lisboa deu uma queda ao tentar subir as escadas, o que lhe provocou danos graves numa perna e a necessidade de um implante que foi fazer na África do Sul.
Regressou pela última vez a Lisboa em Setembro de 1989, alvo da mesma curiosidade de sempre e vítima dos mesmos interesses que o faziam deslocar-se penosamente pelo mundo.
Uma nova queda, em Janeiro de 1990, no quintal da sua casa em Mandlakazi, a sua terra natal, foi-lhe fatal: fez um grave traumatismo craniano, do qual não recuperou, e morreu no Hospital de Maputo com apenas 45 anos.

Western spagetti à portuguesa (O Bom, o Mau e o Vilão)




sábado, 27 de abril de 2024

Vi ontem o 'Expresso da Meia-Noite' na SIC Notícias



Vi ontem o 'Expresso da Meia-Noite' na SIC Notícias, e estou a pensar que o Estado me devia compensar devidamente pela brutalidade daquele meu professor da escola primária que me dava reguadas por tudo e por nada.
Fiquei tão traumatizado que quando vejo Peso da Régua ponho logo as mãos atrás das costas. 😎







sexta-feira, 26 de abril de 2024

PESSOA, CUNHA E GAGEIRO



Para adorar a beleza
E a liberdade amar
Fez Deus Portugal tão belo,
Pôs-nos Deus à beira-mar
(Só aprendemos a sonhar).
Sofra um só deve ser pública
Toda a dor (...) da opressão
Vamos, morte (?] ou república,
Suprimir [?] a revolução.
Fernando Pessoa

 



Fotos de Alfredo Cunha e Eduardo Gageiro


Mário de Sá-Carneiro - Neste dia, há 108 anos, morria em Paris com 25 anos de idade




Mário de Sá-Carneiro
Há 108 anos, no dia 26 de Abril de 1916, morre em Paris, com 25 anos, este poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d'Orpheu.

Nasceu a 19 de maio de 1890, na Rua da Conceição, 92, 3.º andar, na Baixa de Lisboa — então na freguesia de São Julião, mais tarde anexada à freguesia de São Nicolau — no seio de uma abastada família, sendo filho e neto de militares.

 

O seu pai era Carlos Augusto de Sá-Carneiro, e a sua mãe Águeda Maria de Sousa Peres Marinello, ambos naturais de Lisboa.

 

 Órfão de mãe com apenas dois anos (1892), ficou entregue ao cuidado dos avós, indo viver para a Quinta da Vitória, na freguesia de Camarate, às portas de Lisboa, aí passando grande parte da infância.

Começa a escrever poesia aos 12 anos, sendo que aos 15 já traduzia Victor Hugo e com 16 Goethe e Schiller.

 

No liceu teve ainda algumas experiências episódicas como ator.

 

Em 1911, com 21 anos, vai para Coimbra, onde se matrícula na Faculdade de Direito, mas não conclui sequer o primeiro ano.

Desiludido com a “cidade dos estudantes”, segue para Paris a fim de prosseguir os estudos superiores, com o auxílio financeiro do pai.

 

Cedo, porém, deixou de frequentar as aulas na Sorbonne, dedicando-se a uma vida boémia, deambulando pelos cafés e salas de espetáculo, chegando a passar fome e debatendo-se com os seus desesperos, situação que culminou na ligação emocional a uma prostituta, a fim de combater as suas frustrações e desesperos.

Sá-Carneiro conhecera em 1912 aquele que foi, sem dúvida, o seu melhor amigo: Fernando Pessoa.

 

Já na capital francesa viria a conhecer Guilherme de Santa-Rita (Santa-Rita Pintor).

Inadaptado socialmente e psicologicamente instável, foi neste ambiente que compôs grande parte da sua obra poética e a correspondência com o seu confidente Fernando Pessoa; é, pois, entre 1912 e 1916 (o ano da sua morte), que se inscreve a sua fugaz — e no entanto assaz profícua — carreira literária.

 

Entre 1913 e 1914 Mário Sá-Carneiro viaja para Lisboa com uma certa regularidade, regressando à capital, devido à deflagração do conflito entre a Sérvia e a Áustria-Hungria, o qual a breve trecho se tornou uma conflagração à escala europeia — a Primeira Guerra Mundial.

Com Fernando Pessoa e ainda Almada Negreiros integrou o primeiro grupo modernista português (o qual, influenciado pelo cosmopolitismo e pelas vanguardas culturais europeias, pretendia escandalizar a sociedade burguesa e urbana da época), sendo responsável pela edição da revista literária Orpheu, editada por António Ferro (e que por isso mesmo ficou sendo conhecido como a Geração d’Orpheu ou Grupo d’Orpheu), um verdadeiro escândalo literário à época, motivo pelo qual apenas saíram dois números (Março e Junho de 1915; o terceiro, embora impresso, não foi publicado, tendo os seus autores sido alvo da chacota social) — ainda que hoje seja, reconhecidamente, um dos marcos da história da literatura portuguesa, responsável pela agitação do meio cultural português, bem como pela introdução do Modernismo em Portugal.

Também teve colaboração em diversas publicações periódicas, nomeadamente no semanário Azulejos (1907–1909); na II série da revista Alma nova (1915–1918) e na revista Contemporânea (1915–1926), e pode ainda encontrar-se colaboração da sua autoria, publicada postumamente, na revista Pirâmide (1959–1960) e Sudoeste (1935).

Em Julho de 1915 regressa a Paris, escrevendo a Pessoa cartas de uma crescente angústia, das quais ressalta não apenas a imagem lancinante de um homem perdido no "labirinto de si próprio", mas também a evolução e maturidade do processo de escrita de Sá-Carneiro.

Uma vez que a vida que trazia não lhe agradava, e aquela que idealizava tardava em se concretizar, Sá-Carneiro entrou numa cada vez maior angústia, que viria a conduzi-lo ao seu suicídio prematuro, perpetrado no Hôtel de Nice, no bairro de Montmartre em Paris, com o recurso a cinco frascos de arseniato de estricnina.

Embora tivesse adiado por alguns dias o dramático desfecho da sua vida, numa "carta de despedida" para Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro revela as suas razões para se suicidar:

Paris - 31 Março 1916

Meu Querido Amigo.

A menos de um milagre na próxima segunda-feira, 3 (ou mesmo na véspera), o seu Mário de Sá-Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. É assim tal e qual — mas custa-me tanto a escrever esta carta pelo ridículo que sempre encontrei nas "cartas de despedida"... Não vale a pena lastimar-me, meu querido Fernando: afinal tenho o que quero: o que tanto sempre quis — e eu, em verdade, já não fazia nada por aqui... Já dera o que tinha a dar. Eu não me mato por coisa nenhuma: eu mato-me porque me coloquei pelas circunstâncias — ou melhor: fui colocado por elas, numa áurea temeridade — numa situação para a qual, a meus olhos, não há outra saída. Antes assim. É a única maneira de fazer o que devo fazer. Vivo há quinze dias uma vida como sempre sonhei: tive tudo durante eles: realizada a parte sexual, enfim, da minha obra — vivido o histerismo do seu ópio, as luas zebradas, os mosqueiros roxos da sua Ilusão. Podia ser feliz mais tempo, tudo me corre, psicologicamente, às mil maravilhas: mas não tenho dinheiro. [...]

Mário de Sá-Carneiro,

carta para Fernando Pessoa.




 

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.