Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 22 de abril de 2024

CORPO e AMOR



 

Ela olhou-se ao espelho, depois olhou para ele que estava sentado na cama, e perguntou-lhe, ainda gostas? Ele respondeu, como no primeiro dia.
Ela colocou as mãos em torno da sua cintura e perguntou-lhe, já percebeste que meu corpo não é o mesmo de quando nos conhecemos? Ele respondeu. Não.
Ela colocou as mãos no seu busto e perguntou-lhe percebeste que meu busto já está tão embaixo, ele respondeu. Não.
Ela ergueu o vestido e olhou para as pernas e perguntou:
Já notaste que minhas pernas não são duras e lisas como antes? Ele respondeu outra vez não.
Então ela se aproximou dele e, com lágrimas nos olhos, perguntou-lhe.
Então, o que fazes ao meu lado se não me vês mais, se não percebes o quanto meu corpo mudou, dormimos juntos e tu não percebeste que eu não sou a mesma que fui?
Ele sorriu e disse.
Muito antes de ver o teu corpo, olhei para o teu modo de ser, muito antes de tocar no teu corpo, senti a tua maneira de amar,
Muito antes de ver o teu busto levantado, olhei para o teu coração, um coração cheio de bondade,
Muito antes de ver a tua figura sensual,
Senti que eras a seara perfeita para semear as minhas sementes, senti um solo fértil, senti-te como mãe e uma mulher para perpetuar a minha família.
Meu amor... não fiques triste com a tua aparência, fica feliz por saberes como eu ainda te sinto.
Eu me apaixonei pela sensualidade e pela bondade da tua alma, não apenas pela beleza do teu corpo... e, através das lágrimas, ela desenhou um sorriso que fez o rosto resplandecer novamente...
O homem quando valoriza a mulher que tem em casa não procura a perfeição no seu corpo, a beleza acaba com o tempo mas o amor vive-se até o último suspiro. ❤
(texto de autor desconhecido, com algumas alterações de Catujaleno)

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.