Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Homenagem a Chaplin...


"Cinema: Geraldine Chaplin recorda em Lisboa perfeccionismo do pai e obsessão por Portugal.

Lisboa, 26 Set (Lusa) - A actriz norte-americana Geraldine Chaplin recordou hoje em Lisboa o seu pai, Charles Chaplin, como "um perfeccionista, um ditador artístico" que deixou como legado artístico aos oito filhos a dedicação e o trabalho árduo no cinema.

Geraldine Chaplin, 64 anos, está em Lisboa para ser homenageada no Lisbon Village Festival e para visitar a exposição "Chaplin in Pictures", feita a partir dos arquivos de família do realizador inglês.

Falando esta tarde aos jornalistas, depois de os cumprimentar com um generoso "Bom dia", Geraldine Chaplin partilhou memórias do convívio com Charles Chaplin e confessou que tem uma obsessão por Portugal, onde já rodou vários filmes.

"Tenho tido sempre experiências extraordinárias e Lisboa é de longe a cidade mais bonita da Europa", elogiou.

Recordou o trabalho com o realizador João Mário Grilo, quando rodou no Japão o filme "Os olhos da Ásia" (1996) e teceu largos elogios a "Body Rice", de Hugo Vieira da Silva, por ter ficado impressionada com a forma como o cineasta português fez "um filme brilhante".

Da ligação afectiva a Portugal, a actriz recordou ainda os tempos em que, no pós-25 de Abril, um polícia em Espanha a obrigou a despir uma camisola que tinha um cravo estampado e com alusões à revolução portuguesa.

Hoje, Geraldine Chaplin espera um dia de emoções fortes, já que inclui uma visita à exposição "Chaplin in Pictures", com cerca de 300 fotografias, cartazes, filmes caseiros e material de trabalho do seu pai, e uma homenagem à noite pelo Lisbon Village Festival com a exibição do filme "Cría Cuervos", de Carlos Saura, que protagoniza.

Sobre o seu pai, Geraldine Chaplin recordou alguém que "esteve sempre presente, mas nem sempre disponível", um homem de rigor e disciplina que ensinou "que é preciso saber aceitar a rejeição e criar uma pele de elefante".

A exposição, que estará patente no Palácio Pombal até 04 de Outubro, é, segundo Geraldine Chaplin, uma forma de fazer crer que "Charles Chaplin ainda está vivo" e que os seus filmes são uma forma de perpetuar a sua vida.

Geraldine Chaplin nasceu nos Estados Unidos em 1944, trabalhou com realizadores como Robert Altman, Alain Resnais, Jacques Rivette e Carlos Saura, com quem viveu.

A actriz afirma que foi o trabalho no cinema europeu que lhe deu prestígio e fama internacional, mas que nos tempos mais recentes é requisitada sobretudo para filmes de terror, desde que participou em "O orfanato".

Acabou de rodar um drama em Espanha e prepara-se para filmar um filme de terror no México.
O Lisbon Village Festival é um evento dedicado ao cinema digital, mas conta ainda com duas outras áreas de actuação: música e exposições.

A programação de cinema arranca no dia 29 nos Cinemas Campo Pequeno e Alvalade, com a competição oficial de longas-metragens e uma mostra de cinema espanhol.

Este ano, o Lisbon Village Festivl quer superar o número de espectadores, que em 2007 se cifrou em 12 mil entradas nas diferentes actividades do festival, entre exibições de cinema, concertos e exposições.

Além de Geraldine Chaplin outra das convidadas em destaque nesta edição é a actriz norte-americana Susan Sarandon, que estará em Lisboa na próxima terça-feira e que será alvo de um tributo."
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Lusa, 26-9-2008
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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.