Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Tabaco mata três vezes mais do que o álcool...

"Um estudo comparativo mostra que o tabaco foi responsável por três vezes mais mortes em Portugal do que o álcool. Os custos para o Estado do tratamento de doenças relacionadas também foram 2,6 vezes superiores.

O tabaco matou 12 615 pessoas no nosso país em 2005, cerca de três vezes mais do que o álcool, responsável por 4054 óbitos no mesmo período. São algumas das conclusões de um estudo comparativo entre os dois principais factores de risco para a saúde. Os resultados foram apresentados ontem pelo economista Miguel Gouveia, depois do debate com 28 peritos.

O estudo revela que o tabaco foi responsável por 12% do total de mortes no país, durante esse ano, sendo as principais causas as doenças respiratórias (49,4%) e o cancro (26%).

O estudo salienta ainda que o tabaco provocou 3,5 vezes mais danos e teve um peso 2,6 superior em termos de custos.

Em relação aos custos, o estudo aponta para o Serviço Nacional de Saúde gastar um total de 490 milhões de euros em doenças relacionadas com o tabaco. Destes, 126 milhões de euros foram despesas com internamentos hospitalares e 364 milhões custos de ambulatório, incluindo despesas com medicamentos, consultas e meios complementares de diagnóstico.

O álcool, por seu turno, terá sido responsável por um gasto total de 189 milhões de euros - 93 milhões em ambulatório e 96 milhões em internamento.

Em 2005, havia 20% de fumadores em Portugal. Um terço dos homens e 10% das mulheres fumavam.

Dos habitantes do continente com mais de 15 anos, 7,45 por cento consumia álcool em excesso - mais dos seis copos de vinho diários. Na população masculina essa percentagem é de 13,5% e na feminina 1,9.

O director-geral de Saúde comprometeu-se a não ignorar as conclusões do estudo ontem divulgado. Francisco George, afirmou que um dos erros da lei do tabaco é prever consultas para deixar de fumar em todos os centros de saúde, porque "não há médicos especialistas em cessação tabágica".

"Mas estas consultas devem existir para grandes fumadores e para as grávidas", disse o director-geral de Saúde que informou ir propor a alteração da lei neste aspecto.

Francisco George referiu ainda que a lei vai ser avaliada dentro de cerca de dois anos e meio com base na recolha e análise de vários dados estatísticos, deixando em aberto alterações em função dos resultados: "Podemos depois aligeirar ou apertar a lei. "

Os investigadores frisaram que os números do estudo não devem ser lidos como uma forma de "minorar os problemas do álcool", nomeadamente os efeitos na violência doméstica, acidentes viários e casos graves de saúde mental."

in JN online, 19-9-2008



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