Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Vinte minutos a ligar o 112 em vão...

"Uma família da freguesia de Gondomar, concelho de Guimarães, não se conforma com o facto de ter estado 20 minutos à espera que um operador do 112 atendesse o telefone.

No passado dia 10, uma criança de 13 meses engoliu, inadvertidamente, uma espinha, quando a avó lhe dava bocados de faneca ao jantar. Quando se preparavam para dar uma colher de sopa, a avó e a madrinha repararam que o menino estaria com qualquer coisa entalada. "Começou a deitar sangue pela boca, devido à espinha que o estava a picar, e ficou roxo e vermelho", contou a madrinha, Leonor Nogueira.

Com medo que a criança sufocasse, o pânico instalou-se de imediato e a família tentou contactar o 112. "Liguei para o 112 eram 20.50 horas. Até às 21.10 continuei a ligar e não fui atendida por ninguém", explicou Leonor. Como ninguém atendia do outro lado da linha os familiares da criança decidiram utilizar o carro e dirigiram-se para o hospital mais perto, nesta caso o Hospital António Lopes, no concelho vizinho da Póvoa de Lanhoso. "Com medo que acontecesse algo ao menino pelo caminho continuei a telefonar para o 112 e no intervalo de uma chamada para a outra ainda me atenderam mas só ouvia barulho do lado de lá e acabaram por desligar", acrescentou.

Durante os cerca de 11 quilómetros que separam a freguesia de Gondomar do hospital da Póvoa de Lanhoso, a madrinha da pequena criança continuou a ligar, mas sempre sem sucesso. "Eu tremia só de pensar que o menino podia morrer ali sem a ajuda do INEM".

Já no hospital, a família pôde finalmente descansar, já que a criança recebeu todos os cuidados e foi-lhe retirada a espinha da garganta. No entanto, os momentos de aflição que viveram não serão esquecidos tão cedo e Leonor Nogueira, já refeita do susto, ainda pensou ligar de novo o 112 para "agradecer a ajuda" que lhes foi prestada.

Já em casa, Leonor ainda pensou que a sua chamada tivesse ficado registada na central do 112 e que lhe poderiam ligar mais tarde mas acabou por não ser contactada por ninguém. "Prestaram um mau serviço e talvez para a próxima seja preferível ligar directo para os bombeiros, porque o 112 simplesmente não funcionou", concluiu.

O INEM descarta qualquer responsabilidade uma vez que só recebe as chamadas que dizem respeito à saúde depois de reencaminhadas pela central do 112 que normalmente está ligada ao comando da PSP. Fonte deste comando confirmou ao JN que "por vezes a linha pode estar com sinal de chamada em espera por estar ocupada". A mesma fonte acabou por lamentar o sucedido e reiterou o pedido para que a população "não brinque com o 112, já que pode estar com isso a impedir o socorro a quem realmente precisa". "

in JN online, 17-9-2008



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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.