"Uma família da freguesia de Gondomar, concelho de Guimarães, não se conforma com o facto de ter estado 20 minutos à espera que um operador do 112 atendesse o telefone.
No passado dia 10, uma criança de 13 meses engoliu, inadvertidamente, uma espinha, quando a avó lhe dava bocados de faneca ao jantar. Quando se preparavam para dar uma colher de sopa, a avó e a madrinha repararam que o menino estaria com qualquer coisa entalada. "Começou a deitar sangue pela boca, devido à espinha que o estava a picar, e ficou roxo e vermelho", contou a madrinha, Leonor Nogueira.
Com medo que a criança sufocasse, o pânico instalou-se de imediato e a família tentou contactar o 112. "Liguei para o 112 eram 20.50 horas. Até às 21.10 continuei a ligar e não fui atendida por ninguém", explicou Leonor. Como ninguém atendia do outro lado da linha os familiares da criança decidiram utilizar o carro e dirigiram-se para o hospital mais perto, nesta caso o Hospital António Lopes, no concelho vizinho da Póvoa de Lanhoso. "Com medo que acontecesse algo ao menino pelo caminho continuei a telefonar para o 112 e no intervalo de uma chamada para a outra ainda me atenderam mas só ouvia barulho do lado de lá e acabaram por desligar", acrescentou.
Durante os cerca de 11 quilómetros que separam a freguesia de Gondomar do hospital da Póvoa de Lanhoso, a madrinha da pequena criança continuou a ligar, mas sempre sem sucesso. "Eu tremia só de pensar que o menino podia morrer ali sem a ajuda do INEM".
Já no hospital, a família pôde finalmente descansar, já que a criança recebeu todos os cuidados e foi-lhe retirada a espinha da garganta. No entanto, os momentos de aflição que viveram não serão esquecidos tão cedo e Leonor Nogueira, já refeita do susto, ainda pensou ligar de novo o 112 para "agradecer a ajuda" que lhes foi prestada.
Já em casa, Leonor ainda pensou que a sua chamada tivesse ficado registada na central do 112 e que lhe poderiam ligar mais tarde mas acabou por não ser contactada por ninguém. "Prestaram um mau serviço e talvez para a próxima seja preferível ligar directo para os bombeiros, porque o 112 simplesmente não funcionou", concluiu.
O INEM descarta qualquer responsabilidade uma vez que só recebe as chamadas que dizem respeito à saúde depois de reencaminhadas pela central do 112 que normalmente está ligada ao comando da PSP. Fonte deste comando confirmou ao JN que "por vezes a linha pode estar com sinal de chamada em espera por estar ocupada". A mesma fonte acabou por lamentar o sucedido e reiterou o pedido para que a população "não brinque com o 112, já que pode estar com isso a impedir o socorro a quem realmente precisa". "
in JN online, 17-9-2008
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Vinte minutos a ligar o 112 em vão...
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