Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Meia centena descobriu património escondido de Loures...

(Casa do Adro - Loures)
"Por montes e vales, cerca de 50 pessoas conheceram ontem património esquecido e zonas rurais escondidas em freguesias atrás de milhares de pessoas em prédios altos. A caminhada foi promovida pela Câmara de Loures.

O percurso pedestre, com uma extensão de 12 quilómetros e classificado pela organização como de dificuldade média, teve início por volta das 9.30, junto ao Parque da Cidade de Loures. Daí, os participantes foram-se embrenhando em zonas menos conhecidas e com declives acentuados.
Pelo caminho, passaram por alguns dos pontos de maior interesse patrimonial do concelho, como a Casa do Adro e a Capela de Nossa Senhora da Saúde.

Foi junto a este templo, na localidade de Montemor, com uma vista panorâmica privilegiada sobre a várzea de Loures que abarcava pontos tão distantes como a ponte Vasco da Gama ou a Alta de Lisboa, que Ana Filipa Santos, 15 anos, se sentou a descansar um pouco, depois de uma longa e íngreme subida.

Habitante da cidade de Loures, é a primeira vez que participa numa iniciativa do género e foi a mãe que a "arrastou". Em boa hora o fez. "Estou a gostar. É muito interessante passar no meio da natureza e conviver com as outras pessoas", diz a jovem, admitindo a possibilidade de fazer mais caminhadas do género.

Vítor Valente e a mulher Maria Augusta já são participantes habituais neste tipo de actividades sejam elas organizadas pela Câmara de Loures, pela de Oeiras ou pela de Cascais, onde residem.
O que lhes interessa é mexerem-se e verem coisas novas. A Vítor, 55 anos, marcou-o especialmente o Palácio do Correio-Mor, uma grandiosa obra do séc. XVIII, classificada como imóvel de interesse público mas que, actualmente nas mãos de um privado, se encontra fechado. "É tão bonito e está ali completamente escondido. Lamentável é estar tudo abandonado e poluído", diz o bancário.

Estes percursos pedestres que, normalmente, têm lugar uma vez por mês, são feitos mais a pensar em casos como o de Ana Filipa Santos do que o de Vítor Valente. "O nosso objectivo é sobretudo trazer pessoas novas, porque para quem gosta de fazer caminhadas já há muita oferta", diz Manuel Silva, da Divisão de Desporto da Câmara de Loures. No entanto, todos são bem-vindos, desde os irmãos Lucas e Tiago, de 9 e 10 anos, até pessoas de 80 anos como algumas que já têm participado nestas actividades."
in JN online, 24-11-2008

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.