Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tribunal de Londres decretou extradição de Vale e Azevedo...


"Um tribunal de Londres decretou na tarde de quinta-feira a extradição para Portugal do antigo presidente do Benfica, João Vale e Azevedo. No final de uma audiência de quase 90 minutos no Tribunal de Westminster, no centro da capital britânica, o juiz Nicholas Evans considerou que a argumentação apresentada por Vale e Azevedo "não tem qualquer fundamento" e ordenou a extradição.

Os advogados de Vale e Azevedo anunciaram, entretanto, que nos próximos sete dias irão apresentar recurso junto do Supremo Tribunal (High Court of Justice). A decisão deste tribunal superior deverá ser conhecida em Fevereiro de 2009 e será, em princípio, definitiva e final.

As autoridades judiciárias portuguesas emitiram um primeiro mandado de detenção europeu em Junho passado, poucas semanas após o trânsito em julgado da sentença - que condenou Vale e Azevedo a sete anos e meio de prisão - no chamado 'processo Dantas da Cunha'.

Nos últimos meses, a equipa de advogados do ex-presidente do Benfica defendeu que a extradição não deveria ter lugar antes de os tribunais portugueses procederem ao cálculo do cúmulo jurídico que atenderá às condenações anteriores e determinará, com precisão, a pena de prisão.

O juiz Evans, no entanto, não aceitou a argumentação. "Quando o dr. Azevedo regressar a Portugal, ele não saberá ao certo quanto tempo terá de passar na prisão. Isso será determinado pelo sistema judiciário português. Mas esse facto por si não é suficiente para se opor à sentença e à extradição. O juiz português quer que o dr. Azevedo regresse a Portugal, não cabe ao dr. Azevedo ditar as condições e afirmar que a sua presença não é necessária", disse o magistrado.
"Não partilho das preocupações" de Vale e Azevedo, diz o juiz
"O que este tribunal [de Londres] tem de fazer é analisar o mandado de detenção europeu e estabelecer se estamos perante um mandado válido e uma sentença final e com força executiva. E a resposta é afirmativa", acrescentou Nicholas Evans.

O juiz considera como "irrelevante" o depoimento apresentado na audiência anterior pela jurista portuguesa Susana Pires, que testemunhou a favor do antigo presidente do Benfica. E tem como "irrealista" o receio de Vale e Azevedo "passar muito tempo na prisão" enquanto é feito o cálculo do cúmulo jurídico: "O dr. Azevedo é um homem com muitos meios, tem acesso a bons advogados e não partilho das preocupações dele", concluiu.

No final da sessão, o juiz pediu a Vale e Azevedo para se levantar e comunicou-lhe a decisão de extradição. Vale e Azevedo foi igualmente condenado a pagar seis mil libras (7125 euros) de custas judiciais.

O ex-presidente do Benfica, que não esteve acompanhado por qualquer familiar ou amigo, recusou-se a comentar a decisão. "Gostaria de dar a minha opinião - quem me conhece sabe que eu gosto de falar -, mas os meus advogados proibiram-me de fazer qualquer comentário", explicou Vale e Azevedo ao Expresso.

A decisão do Tribunal de Westminster não terá colhido de surpresa a numerosa equipa de defesa - chefiada pelos advogados Owen Davies e Edward Perrott - contratada pelo português. Poucos segundos após a leitura da sentença, eles distribuíram um comunicado impresso lamentando a decisão do tribunal e confirmando o recurso a apresentar ao Supremo Tribunal. "
in Expresso online, 28-11-2008

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