Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 7 de abril de 2024

NORA DE ÁGUA


A Nora de Água é um engenho ou aparelho para tirar água de poços, rios ou cisternas.

É constituído por uma ou mais rodas com pequenos reservatórios ou alcatruzes.

Possui uma haste horizontal acoplada a um eixo vertical que por sua vez está ligado a um sistema de rodas dentadas.

Este sistema faz circular um conjunto de alcatruzes entre o fundo do poço, ou curso do rio, e a superfície exterior.

Os alcatruzes descem vazios, são enchidos no fundo do poço, regressam e quando atingem a posição mais elevada começam a verter a água numa calha que a conduz ao seu destino.

O ciclo de ida e volta dos alcatruzes ao fim do poço para tirar água mantém-se enquanto se fizer rodar a haste vertical e o poço tiver água.

Tradicionalmente as noras são engenhos de tração animal, mas o mecanismo pode ser também acionado pela própria força da água corrente do rio de que retira a água.

Estes engenhos vieram em muitos casos substituir a picota ou cegonha anteriormente utilizados como engenhos principais para tirar água na Península Ibérica, e pensa-se que foram introduzidos pelos muçulmanos.





 Legendas - Imagem 1:

1. cambão; 2. espias que seguram a roda do boi; 3. roda do boi; 4. roda dos alcatruzes; 5. alcatruzes; 7. caneja para distribuir a água para irrigação.




Legendas - Imagem 2:

1. cambão; 2. espias que seguram a roda do boi; 3. roda do boi; 4. roda dos alcatruzes; 5. alcatruzes; 6. tabuleiro onde cai a água; 7. zona onde se situa a caneja; 8. vigas de ferro que suportam o engenho, colocado no centro do poço."




Em miúdo ainda vi uma "Nora" destas a trabalhar com cavalo, mula, macho ou burro (imagem 3, figurativa), na Rua da Fonte, no Catujal, terra onde nasci, no concelho de Loures.



Em Loures, entre o Infantado e São Roque, ainda se podem ver duas ou três "Noras" inativas (imagens 2 e 3).



#catujaleno


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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.