"Parar um país, queimar carros e atacar as lojas, 'bora' dar cabo da Grécia é capaz de ser uma boa ideia. Conheço pouco do país, só lá estive num momento de festa (Jogos Olímpicos) e não sei se aquilo merece ou não ser derrubado. À partida não me parece. Melhor nível de vida que Portugal, eleições, há décadas, nos prazos previstos, não me parece exactamente o Zimbabwe... Mas posso acreditar que sim, talvez haja um Mugabe em Atenas - é tanta a convicção dos jovens e dos sindicatos nas ruas que só pode. Esse é um pressuposto justo para luta: um tirano, um governo iníquo, muito Esparta e pouco Atenas. Mas se é assim, diga-se. Ninguém o diz. Agora, ver os sindicatos gregos com bandeirolas "contra o assassínio a sangue-frio do jovem Alexander" e daí exigirem o fim dos despedimentos e mais dinheiro do Governo para a Saúde e Educação, dá para perguntar: o que tem o cu a ver com as calças? Um polícia atirou para o ar, a bala fez ricochete e matou um jovem é uma situação que merece que o polícia seja julgado. É o que está acontecer. A justiça grega tranquiliza-me. Assim me tranquilizasse a polícia grega acabando com a bandalheira nas ruas."
Ferreira Fernandes, opinião no DN, 11-12-2008
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