Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Comerciantes de Ermesinde fazem rondas nocturnas para combater assaltos...




"O elevado número de lojas e carros assaltados e vandalizados, em Ermesinde, durante as últimas três semanas, mobilizou cinco proprietários de estabelecimentos para fazer rondas nocturnas, circulando diariamente por várias ruas da cidade.

O relógio marca 1.20 horas. Lisandro Machado, dono do café K-18, no Largo das Oliveiras, Ermesinde, prepara-se para mais uma ronda, após um dia de trabalho. Há três semanas que todas as noites, com mais quatro comerciantes, percorre de carro ruas da cidade para vigiar situações suspeitas. As rondas duram quase toda a noite e são feitas conforme a disponibilidade de cada um.

A decisão de criar as rusgas diárias surgiu após uma vaga de assaltos que assolou Ermesinde, nas últimas quatro semanas. "Além de lojas, foram mais de 30 carros assaltados. Temos que proteger o que é nosso. Resolvemos fazer rusgas pelos nossos meios, por constatar que a polícia não anda nas ruas à noite", diz Lisandro Machado.

Os comerciantes expuseram a situação ao comissário da esquadra da PSP de Ermesinde. "Disse que achava estranho não haver policiamento, porque deixa sempre destinado o trajecto das rondas. Mas não nos foi garantido de que iria haver um reforço da vigilância", acrescentou, revoltado.

O JN acompanhou uma das rondas. Coube a Lisandro Machado e Rui Ferreira, a explorar o bar do FC Palmilheira, assaltado duas vezes no último ano, dar as primeiras voltas da noite. Dividiram-se para percorrer as zonas "críticas", com pouco movimento à noite, por serem essencialmente dormitórias. "Se virmos alguém suspeito ficamos à alerta", diz Lisandro.

A volta começa pela zona da Palmilheira, onde estão situadas as lojas do grupo de comerciantes, seguindo-se o centro da cidade. Ali, Lisandro Machado identificou um carro estacionado "suspeito", com três indivíduos com um gorro na cabeça. "Nestes casos, aponto a matrícula. Vou dar mais uma volta e passo novamente no local, para ver se o carro ainda lá se encontra", explicou. O percurso inclui a passagem nalguns bairros da cidade.

A última passagem é na esquadra da PSP. "É uma paragem obrigatória. Passamos para ver se os carros estão estacionados, porque se estiverem pode ser sinal de que não andam a fazer policiamento".

A rusga terminou perto das 2.40 horas. "Às 5 horas outro colega vai dar mais umas voltas", diz Rui Ferreira, desabafando não ser fácil fazer as rondas durante a madrugada, tendo que acordar às 7 horas."

" A nossa preocupação é a segurança das nossas lojas", garante Lisandro Machado, que deixa uma certeza: "Vamos continuar até a situação acalmar"."
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in JN online, 24-12-2008

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.