Bancos lucraram 5,9 milhões por dia.
Nos primeiros seis meses do ano, antes dos efeitos da crise se fazerem sentir de forma severa, os bancos a operar em Portugal lucraram 1,075 mil milhões de euros, de acordo com o boletim da Associação Portuguesa de Bancos. De Janeiro a Junho as instituições ganharam 5,9 milhões de euros por dia.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi a que melhores resultados obteve, registando mais de 354 milhões em lucros. No fundo da lista, o BPN contou 71 milhões em prejuízos. O BPP, que atravessa dificuldades, estava a meio da tabela. Aliás, a Banca nacional aumentou em mais de dois terços as provisões: em Junho do ano passado o valor era de 673 milhões de euros; um ano depois, a verba já ultrapassou os 1,1 mil milhões de euros.
Em resultado da escalada dos juros, também a margem financeira subiu cinco por cento, o equivalente a 139,7 milhões de euros. Já o valor cobrado aos clientes em comissões e serviços subiu 14 por cento, o equivalente a 146,5 milhões de acréscimo neste tipo de receitas.
O produto bancário, a principal fonte de financiamento, teve um decréscimo de apenas 15 milhões de euros. Apesar do maior rigor na concessão de empréstimos, o crédito manteve-se dinâmico graças à subida do crédito ao consumo.
Apesar de se antever dificuldades associadas à crise do subprime nos Estados Unidos, os bancos a operar em Portugal optaram por manter elevadas despesas de funcionamento, mantendo o ritmo de abertura de balcões de atendimento a clientes. No primeiro semestre os custos operativos tiveram um acréscimo de 157,6 milhões. Face a igual período de 2007, os bancos abriram mais 438 balcões e contrataram mais 1449 empregados.
Ainda assim, face ao primeiro semestre de 2007 os lucros da Banca diminuíram 472 milhões de euros, isto tendo em conta que 2007 foi um ano histórico para as suas receitas. Apesar disso, recorde-se, apenas em Setembro, após a declaração de falência do Lehman Brothers, a crise financeira desencadeou desconfiança no sector, dificuldades de liquidez e agravou a desvalorização de activos na Bolsa.
BPN FOI O MENOS RENTÁVEL
No final de Junho, antes da nacionalização, o BPN contava com um passivo de quase nove mil milhões de euros. O banco fundado por Oliveira e Costa detinha 171,3 milhões de euros respeitantes a recursos de bancos centrais e 774,3 milhões de euros em recursos de outras instituições de crédito. Os recursos de clientes estavam contabilizados em cinco mil milhões. Em termos de resultados líquidos, o BPN apresentava prejuízos de 71 milhões de euros.
LISTA DOS LUCROS
Instituição / Resultado líquido (mil euros)
CGD / 354 173
Santander Totta / 273 261
BES / 264 143
Banco Santander Totta* / 207 459
BCP / 101 358
CCAM / 52 258
Banif / 44 419
BESI / 35 065
Banco Popular / 26 274
Finantia / 24 731
Montepio Geral / 23 664
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in CM online, 10-12-2008
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