Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Acidente Air France: Recuperado o estabilizador de voo do Airbus A330...


16:30 - A Marinha brasileira recuperou hoje o estabilizador de voo do avião Airbus A330 da Air France desaparecido no Atântico há uma semana, quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, anunciou um porta-voz militar.

O porta-voz Força Aérea Brasileira (FAB), Henry Munhoz, exibiu aos jornalistas, em Recife, fotos da importante peça, a "asa" vertical que fica na cauda do avião e é responsável por evitar guinadas aerodinâmicas.

As fotos mostram um navio da Marinha brasileira preparando o reboque do estabilizador, decorado com as cores da Air France: azul, branco e vermelho.

Uma outra peça grande da fuselagem do Airbus A330 foi também encontrada e retirada das águas pela Marinha brasileira, mais um indício de que não houve explosão no ar.
A aeronave R-99 da FAB continuará a fazer varredura electrónica na região, a 850 quilómetros do arquipélago Fernando de Noronha.

O objectivo é tentar encontrar outros focos de destroços do Airbus da Air France, que caiu em águas brasileiras com 228 pessoas a bordo no último dia 31.

Encontrar as caixas negras pode ser a chave para desvendar o mistério sobre as causas do acidente.

Até agora, sabe-se apenas que o Airbus enfrentou uma forte turbulência, sofreu despressurização e uma falha eléctrica, porque a aeronave enviou um alerta automático interno durante o voo.

Os especialistas dizem também que não houve explosão no ar, já que foram encontrados pedaços grandes do avião e corpos intactos.

Paralelamente, a Marinha e a Força Aérea Brasileira rectificaram para 16 o número de corpos de vítimas do acidente com o Airbus da Air France recolhidos até o momento.

Além de não confirmar que dois corpos foram resgatados hoje, conforme adiantaram parentes das vítimas, as autoridades brasileiras admitiram que houve um erro na informação oficial divulgada anteriormente.

De acordo com o capitão-de-fragata Giucemar Tabosa e com o tenente-coronel da Aeronáutica Henry Munhoz, a fragata francesa Ventôse, que participa nas operações, teria informado a coordenação das buscas que recolheu oito corpos.

Na transferência dos cadáveres para um navio da Marinha do Brasil, constatou-se, entretanto, que este número era sete e não oito.

Munhoz salientou que, para evitar novos erros, as Forças Armadas brasileiras só divulgarão agora o número de corpos que já estiverem em seu poder.

Em relação à informação de familiares das vítimas de que mais dois corpos teriam sido resgatados esta manhã, os oficiais não confirmaram e disseram apenas que as aeronaves da FAB avistaram novos pontos no mar que precisam, entretanto, ser conferidos.

Tabosa e Munhoz destacaram que o resgate de corpos avistados é prioritário e será feito antes da recolha de possíveis destroços encontrados.

A operação de buscas conta com 14 aeronaves, sendo 12 da FAB e duas da França, além de cinco navios da Marinha do Brasil e uma fragata francesa.

Paralelamente ao resgate dos corpos, peritos da Polícia Federal recolheram amostras de DNA dos parentes das vítimas no Rio de Janeiro para agilizar a identificação e pedem aos familiares que entreguem objectos, como escovas de cabelo e readiografias de dentes, que possam ajudar neste trabalho.

15:20 - As autoridades brasileiras esclareceram que foram resgatados 16 corpos e não 17, como tinha sido anunciado. A informação é confirmada pela edição online da Folha de São Paulo.
Já na noite de ontem, o tenente-coronel Henry Munhoz, porta-voz das Forças Armadas Brasileiras (FAB), responsáveis pelas buscas do Airbus A330 que desapareceu na última segunda-feira, anunciou que tinham sido recolhidos "17 corpos e recuperadas dezenas de componentes estruturais do avião”.

O porta-voz informou que nove dos cadáveres – que já antes tinha afirmado serem, sem qualquer dúvida, de vítimas do AF-447 – foram resgatados pela fragata brasileira Constituição. Outros oito foram recolhidos pela fragata francesa “Ventôse”.
Sabe-se que os primeiros dois corpos, encontrados no sábado, eram do sexo masculino. Os corpos que seguem na "Ventôse" são de quatro homens e quatro mulheres.
Munhoz disse que “as peças encontradas são importantes, porque se confirma que são do Airbus A330 desaparecido”. Algumas, têm o logótipo da Air France (como parte da asa na fotografia acima).

Além disso, o porta-voz indicou que existem centenas de objectos” a flutuar no oceano, como assentos e máscaras de oxigénio que deverão pertencer ao avião.

A maioria dos corpos e destroços foi recolhida num local a cerca de 1150 km de Recife, no noroeste brasileiro. É em Recife, aliás, que se encontram as equipas de médicos legistas que vão preparar e identificar os corpos, com o apoio da Polícia Civil de Pernambuco e da Polícia Federal brasileira.

No sábado, as autoridades brasileiras recolheram cabelos, sangue e saliva de familiares dos passageiros do voo AF-447, para identificar as vítimas através de análises de ADN.

Os corpos só chegam na terça-feira ao arquipélago Fernando de Noronha, onde está montada uma base de operações para as equipas de busca e resgate, maioritariamente compostas pela Força Aérea e pela Marinha brasileiras.

No total, são 14 aviões no terreno (dois destes franceses) e cinco navios brasileiros. No domingo, mais seis navios foram mobilizados para ajudar nas buscas, já que grande parte dos corpos recolhidos hoje foi avistada por fragatas presentes no local. Espera-se, para quarta-feira, a chegada de um submarino nuclear francês que ajudará nas buscas, o Emaraude.

O avião Airbus A330 da Air France fazia o voo 447 (Rio-Paris), e desapareceu na madrugada da segunda-feira passada (1 de Junho). Levava 228 pessoas a bordo, entre as quais oito crianças e 12 tripulantes. Foi localizado pela última vez pelos radares da ilha Fernando de Noronha. Nos últimos quatro minutos em que deu sinal, o sistema da aeronave enviou 24 mensagens reportando erros. Está aberto um inquérito, a cargo das autoridades francesas, para encontrar uma explicação para a tragédia.

Inquérito centrado nos erros das velocidades medidas
Só neste fim-de-semana é que surgiram informações coincidentes no inquérito ao desaparecimento do voo AF-447. Essas informações colocam em causa os sistemas de medição de velocidades dos aparelhos Airbus A330.

O secretário de Estado dos Transportes francês, Dominique Bussereau, procurou travar a especulação à volta dos sistemas destas aeronaves, mais precisamente nos chamados tubos de Pitot, os instrumentos que servem para calcular a velocidade a que os aviões voam.
"Neste momento, não podemos verdadeiramente privilegiar nenhuma hipótese", declarou o secretário de Estado à rádio RTL.

"Houve situações em Airbus, e provavelmente noutras aeronaves, em que estes sensores congelaram e não indicavam a velocidade correcta por estarem em zonas muito húmidas ou turbulentas", acrescentou.

Bussureau argumentou que, tendo em conta estes problemas com os sensores, os pilotos podem tomar decisões baseadas numa velocidade mal medida.

Se os sensores indicarem que o avião voa a uma velocidade menor do que aquela que realmente se verifica, isso pode fazer com que a velocidade do aparelho se aproxime da velocidade do som, para a qual os seus materiais não estão preparados. Isto poderia explicar uma desintegração do avião em pleno voo.

Buscas podem ajudar a perceber o que se passou
A recuperação dos destroços do aparelho deverá ajudar nas buscas, uma vez que já há outras informações relevantes sobre o que terá acontecido durante o voo.

Entre essas informações estão as 24 mensagens de anomalias técnicas que o aparelho enviou nos últimos quatro minutos em que deu sinal. Uma dessas informações, que a Folha Online ontem traduziu, indicava que o leme do avião (a asa vertical que existe na sua cauda e que permite alterações da rota) se partiu.

Nos últimos dias, o Gabinete de Inquéritos e Análises (BEA), a instituição francesa responsável por apurar as causas do acidente, constatou várias avarias nos sistemas de medição de velocidades em aeronaves Airbus A330.
Na sequência dessa descoberta, o fabricante Airbus começou um programa de substituição dessas peças nos aviões. A Air France disse na noite passada que acelerou o processo de substituição destes sensores nas suas aeronaves.

Segundo o semanário francês ‘Journal du Dimanche’ (JDD), desde 1996 que estes problemas nos tubos de Pitot se verificam. O jornal citou um documento técnico, datado de Novembro de 1996, que indica que os parâmetros medidos pelos sensores "podem apresentar erros severos mesmo se o sistema que descongela os sensores funcionar correctamente".

Os valores transmitidos podem apresentar esses problemas se o avião se encontrar entre nuvens "cúmulo-nimbo", que produzem grande turbulência e podem ter 18 quilómetros de altitude, "particularmente na zona de convergência intertropical", onde o AF-447 se encontrava na altura do seu desaparecimento.
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in DN online, 08-6-2009

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.