O Sindicato de Pilotos da Air France apelou ontem aos associados para que não voltem a voar até que a companhia mude os sensores de velocidade dos Airbus A330 e A340. Submarino francês deve chegar hoje ao local do acidente.
Christiphe Presentier, delegado sindical, justificou o apelo aos pilotos como uma "medida de precaução", visto que os problemas nos sensores de velocidade têm sido apontados como uma das possíveis causas do acidente com o voo AF447, a 1 de Junho, quando ligava o Rio de Janeiro a Paris, com 228 pessoas a bordo. "A companhia diz que vai mudar os sensores nas próximas semanas. Nós queremos proteger as nossas tripulações e os nossos passageiros. Não podemos esperar tanto tempo", disse, à rádio "France Info,pedindo aos pilotos para que não levantem voo sem que, pelo menos, dois dos três sensores sejam modificados.
Ontem, a Força Aérea e a Marinha brasileira rectificaram o número de corpos recolhidos até à data na zona das buscas, a cerca de 850 quilómetros do arquipélago de Fernando de Noronha. Houve um erro na informação oficial divulgada anteontem (que falava em 17 corpos) e afinal só foram recolhidos 16 corpos. Nenhuma das entidades confirmou a informação, ontem avançada por familiares das vítimas, de que tinham sido resgatados mais dois corpos. Adiantaram apenas que as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) que participam nas operações de busca avistaram novos pontos no mar, que precisam entretanto de ser conferidos.
Esta manhã, deverão desembarcar em Fernando de Noronha os primeiros corpos de vítimas do acidente, onde serão sujeitos a uma perícia inicial (recolha de impressões digitais, material genético para exames de DNA e catalogação de pertences, como anéis, relógios, brincos e roupas) e depois preparados para serem enviados de avião para o Recife, onde será feita a identificação.
Ontem, a Marinha brasileira anunciou ter recolhido o estabilizador de voo do avião (a asa vertical que fica na cauda do aparelho), bem como uma outra peça grande da fuselagem do Airbus A330, mais um indício de que não terá havido explosão no ar. Hoje, deverá juntar-se às buscas o submarino nuclear francês Emeraude, dotado de sonares ultra-sensíveis, que tem como missão encontrar as duas caixas negras do aparelho que poderão estar a cinco mil metros de profundidade. Lula da Silva garantiu que serão feitos todos os esforços para recuperar todos os corpos das vítimas.
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in JN online, 09-6-2009
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