segunda-feira, 15 de junho de 2009
Silvio Berlusconi: "Têm algum recado para Obama? Vou visitá-lo"...
Quando, em Outubro do ano passado, Silvio Berlusconi esteve na Casa Branca, George W. Bush recebeu com a pompa devida a um fiel aliado. Houve uma cerimónia de boas-vindas, um jantar oficial e uma conferência de imprensa nos jardins.
O encontro hoje com o Presidente Barack Obama será bem diferente. O primeiro-ministro italiano terá uma reunião na sala Oval antes de uma curta conferência com jornalistas. Depois ser-lhe-á mostrada a porta e Berlusconi começará a viagem de regresso.
O programa não esconde o "incómodo" de Obama em receber o conservador desbocado que elogiou o seu bronzeado - recorde-se que Obama é afro-americano.
As mais recentes declarações de Berlusconi não ajudaram nada a mudar isso. Quando deixou a sua casa em Roma de partida para Washington, Il Cavaliere perguntou aos jornalistas: "Têm algum recado para Obama? Eu vou visitá-lo belo e bronzeado."
Berlusconi disse que quer discutir com Obama "as novas regras económicas e financeiras mundiais" para preparar a reunião do G8 do próximo mês em Aquila - a cidade do centro de Itália que ficou destruída no terramoto.
Entre alguma imprensa italiana reina a convicção de que se Berlusconi não estivesse a presidir ao grupo dos oito países mais ricos do mundo, nunca seria o segundo líder europeu, depois do primeiro-ministro britânico Gordon Brown, recebido por Obama.
"Este encontro é encarado como uma obrigação," disse ao diário Time um jornalista italiano, que acompanhou Obama na sua recente visita à Europa. "Obama não está contente mas ele tem mesmo de receber Berlusconi".
A ideia ganhou força quando há duas semanas Berlusconi anunciou a sua visita. Da Casa Branca, nessa altura, nem um comentário. O atraso na confirmação, diz-se, foi uma pequena vingança contra Silvio Berlusconi.
A verdade é que mesmo no plano diplomático Obama não tem muitas razões para ser um bom anfitrião. A visita de Berlusconi acontece dias depois do dirigente líbio Mouammar Kadhafi, promovido a novo aliado de Itália, ter comparado os EUA à organização terrorista Al-Qaeda, durante uma visita a Roma.
"Qual é a diferença entre o ataque dos americanos de 1986 contra as nossas casas e as acções terroristas de Ben Laden?" perguntou.
O Governo italiano demarcou-se das declarações mas não conseguiu esconder o embaraço depois de ter estendido o tapete vermelho ao antigo terrorista.
A visita de Berlusconi acontece num momento delicado para o primeiro-ministro italiano. Nas últimas semanas, a sua mulher pediu o divórcio por recusar-se a viver com um homem que tinha um caso com uma modelo adolescente.
Talvez mais mediático, foi o escândalo das fotografias das festas devassas na sua mansão na ilha da Sardenha. Berlusconi aparece com várias raparigas e amigos todos nus ou seminus.
in DN online, 15-6-2009
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