Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Airbus da Air France desaparecido: Causas do acidente podem ficar desconhecidas...


«Por maior que um A330 possa parecer aos olhos do ser humano, não passa de “uma casca de noz no meio de uma imensidão”, explica ao JN José Sousa Monteiro, ex-comandante da TAP e especialista em assuntos de aviação civil.

E as dificuldades de encontrar a aeronave da Air France, tenha ela sido tragada pelo oceano ou amarado (hipótese que, embora remota, não pode ser ainda posta de parte), devem-se à circunstância de ter desaparecido “numa zona que não tinha cobertura radar, ao contrário do que tem sido dito”.

Só a partir de Cabo Verde os aviões voltam a ser visíveis por radar, pelo que o desaparecimento do voo AF-447 apenas foi notado pela ausência da comunicação via rádio que, por obrigatoriedade regulamentar, os pilotos têm de fazer a cada hora. Ou seja, o avião desapareceu algures na distância que teria percorrido ao longo de uma hora de voo.

Tendo no currículo “centenas de voos” na rota em causa, José Sousa Monteiro está perfeitamente familiarizado com o corredor aéreo Recife-Europa e, claro, com um fenómeno que se depara a todos os pilotos, a chamada Frente Inter-Tropical (FIT), uma linha de trovoadas carregada de gelo e electricidade. Normalmente, por radar, os pilotos detectam essas formações de cúmulo-nimbos, desviando-se, “sem fugir muito da rota”. “Certamente – diz o especialista – foi isso que o piloto fez”.

De resto, entra tudo no campo da especulação. Um avião como o A330 está equipado com sistemas que tornam as descargas eléctricas externas inofensivas – “a electricidade escoa-se e não afecta nada nem ninguém no avião” –, mas a verdade é que nada é infalível. “É impossível prever todos os imponderáveis”, diz José Sousa Monteiro, admitindo que um curto-circuito a bordo possa ter afectado sistemas vitais da aeronave, incluindo os próprios comandos do avião, que assentam em tecnologia computorizada “fly-by-wire”.

Onde pára, então, o A330? Só se os sinais fossem recebidos em terra, o que não sucede, sistemas como o “transponder” serviriam para o localizar. Assim, a confirmar-se o desastre, só elementos que flutuem, de manchas de óleo a coletes-salva-vidas, permitirão detectar o que resta do avião. E se as chamadas “caixas negras” estiverem em local inacessível, no fundo do mar, as causas do acidente permanecerão um mistério por muito tempo.»
.
in JN online, 01-6-2009

Sem comentários:

Contador, desde 2008:

Localizador, desde 2010:

Acerca de mim

A minha foto
"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.