Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

22 de Dezembro de 1861: D. Luís de Bragança é aclamado rei de Portugal



 D. Luís nasceu no Palácio das Necessidades, a 31 de Outubro de 1838, tendo recebido o nome de Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança, e morreu na Cidadela de Cascais, a 19 de Outubro de 1889, tendo sido sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora.

Casou em Lisboa a 6 de Outubro de 1862 com a princesa Maria Pia de Sabóia (nasceu em Turim, a 16 de Outubro de 1847; e faleceu no Castelo de Stupinigi, no Piemonte, a 5 de Julho de 1911; sepultada na Basílica de Superga, na Itália), filha do rei Vítor Manuel II da Sardenha e de sua mulher a arquiduquesa Maria Adelaide.
Filho segundo de D. Maria II (1819-1853) e de D. Fernando II (1816-1885).
Assumiu o governo a 14 de Outubro de 1861 e foi aclamado rei a 22 de Dezembro desse mesmo ano.
Era primorosamente educado, com temperamento de literato e artista.
Embora tivesse dominado a paz no reinado, houve um levantamento de tropas, em 1862 e em finais de 1867 o movimento da Janeirinha e em 19 de Maio de 1870, o duque de Saldanha impôs a demissão do governo, e passou a assumir a presidência do novo ministério.
Em 1865-1866 a vida mental foi sacudida pela Questão Coimbrã e em 1871 surgiu a iniciativa das Conferências Democráticas do Casino.
Realizam-se as viagens ao interior da África, o major Serpa Pinto de Benguela ao Bié, Zambeze e chegou às cataratas de Vitória.
Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens exploraram o sertão de Benguela e atravessaram a África de Luanda a Tete.
A partir de 1876 o Partido Progressista aspira a articular o Estado segundo a teoria liberal, propondo a reforma da Carta, a descentralização administrativa, a fidedignidade e ampliação do sufrágio eleitoral, a reorganização do poder judicial e da contabilidade pública.
Em 1877 demitiu-se o ministério regenerador de Fontes Pereira de Melo e voltou a ser reintegrado.
Posteriormente os progressistas atacaram o rei, acusando-o de patrocinar os regeneradores (Emídio Navarro, no Progresso, Joaquim Martins de Carvalho, no Conimbricense).
O ministério regenerador caiu, em 1879, e D. Luís chamou os progressistas a formar governo.
O republicanismo evoluíra também e em 1878 toma lugar na Câmara o primeiro deputado republicano, Rodrigues de Freitas, eleito pelo Porto.
Em 1880 o Partido Republicano era uma realidade e uma força.
O reinado de D. Luís assinalou-se materialmente pelo progresso, socialmente pela paz e pelos sentimentos de convivência e politicamente pelo respeito pelas liberdades públicas, intelectualmente por uma geração notável (Eça de Queiroz, Antero de Quental, etc.).

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.