100 anos do nascimento de Sebastião da Gama
Vila Nogueira de Azeitão, 10 de abril de 1924 - Lisboa, 7 de fevereiro de 1952.
Sebastião Artur Cardoso da Gama foi um poeta e professor português.
Sebastião da Gama licenciou-se em filologia românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1947.
Foi professor em Lisboa, na Escola Industrial e Comercial Veiga Beirão, em Setúbal, na Escola Industrial e Comercial (atual Escola Secundária Sebastião da Gama) e, em Estremoz, na Escola Industrial e Comercial local, cidade onde o seu nome ficaria mais tarde ligado à actual Escola Básica (Escola Básica Sebastião da Gama EB2,3 Estremoz).
Colaborou nas revistas Mundo Literário (1946-1948), Árvore e Távola Redonda.
A sua obra encontra-se ligada à Serra da Arrábida, onde vivia e que tomou por motivo poético de primeiro plano (desde logo no seu livro de estreia, Serra-Mãe, de 1945), e à sua tragédia pessoal, motivada pela doença que o vitimou precocemente, a tuberculose.
Uma carta sua, enviada em agosto de 1947, para várias personalidades, a pedir a defesa da Serra da Arrábida, constituiu a motivação para a criação da LPN - Liga para a Proteção da Natureza, em 1948, a primeira associação ecologista portuguesa. 
O seu Diário, editado postumamente, em 1958, é um interessantíssimo testemunho da sua experiência como docente e uma valiosa reflexão sobre o ensino.
Serra-Mãe, bem como duas outras obras suas foram ilustradas com vinhetas do seu amigo o pintor Lino António.
Faleceu precocemente aos 27 anos, vítima de tuberculose renal, de que sofria desde adolescente. 
A 9 de junho de 1993, foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. 
As Juntas de Freguesia de São Lourenço e de São Simão, instituíram, com o seu nome, um Prémio Nacional de Poesia. 
No dia 1 de junho de 1999, foi inaugurado em Vila Nogueira de Azeitão, o Museu Sebastião da Gama, destinado a preservar a memória e a obra do Poeta da Arrábida, como era também conhecido mundialmente.
É dele esta conhecida poesia:
Pelo sonho é que vamos, 
comovidos e mudos. 
Chegamos? Não chegamos? 
Haja ou não haja frutos, 
pelo sonho é que vamos. 
Basta a fé no que temos. 
Basta a esperança naquilo 
que talvez não teremos. 
Basta que a alma demos, 
com a mesma alegria, 
ao que desconhecemos 
e ao que é do dia a dia. 
Chegamos? Não chegamos? 
– Partimos. Vamos. Somos.


 
 

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