1) O que sabemos:
- 62 vítimas confirmadas
- Avião entrou em perda e logo depois em "flat spin", queda do tipo "folha morta" da qual é quase impossível recuperar
- Este tipo de avião tem uma má relação com condiçǒes de formação de gelo como aquelas que foram reportadas no momento do acidente.
- Perda de controle pode acontecer por acumulação de gelo nas asas ou no estabilizador horizontal. Motores e respetivas hélices também lidam mal com o gelo
- Sistemas de proteção anti gelo nos ATR tem vindo a ser melhorado na sequência de
acidentes anteriores mas continua mais reativo que preventivo.
- Agua de chuva super gelada, água que continua em estado líquido com temperaturas abaixo de Zero graus Celsius, será um fator a ter em conta nestas condiçöes
- Caixas negras irão dar resposta a quase todas as dúvidas.
2) Investigação do trágico acidente aéreo ocorrido no Brasil será liderada por um departamento da Força Aérea Brasileira, FAB, com a colaboração dos fabricantes do avião, dos motores e de quem mais a FAB achar conveniente. O Bureau d´Enquêtes et Analyses (para a segurança da aviação civil) de França foi já convidado a participar. De acordo com o Anexo 13 da ICAO, Organização Internacional da Aviação Civil, um relatório preliminar deverá ser divulgado até 30 dias após a ocorrência. Habitualmente estes relatórios preliminares são pouco mais que uma formalidade e quase nada acrescentam ao que já se sabe. O relatório final deverá ser entregue no prazo de um ano e incluir conclusões e recomendações. Este período nem sempre é suficiente podendo prolongar-se por mais tempo se as circunstâncias o justificarem. Casos há em que a investigação é inconclusiva (ver MH370) e o processo fica suspenso indefinidamente.
3) Importante. O ATR72 da Voepass que se despenhou no Brasil sofreu danos estruturais depois de ter batido com a cauda (tail strike) na pista ao aterrar em Salvador no passado mês de Março. Foi para manutenção e só voltou a voar em Julho. Depois sofreu uma despressurização em voo e voltou para as oficinas. Alguns dias depois retomou a operação comercial. Este será um ponto a merecer a maior atenção por parte dos investigadores.
Texto de José Correia Guedes, in 'O Aviador'
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