Já repararam nesta ordem que aparece nos retratos de D. Pedro?
O nome é Ordem do Tosão de Ouro e foi criada há 594 anos, em 10 de janeiro de 1430, por Filipe III de Borgonha, para celebrar o seu casamento com a infanta Isabel, filha do rei D. João I de Portugal.
Na época, a Borgonha era um Estado independente, mas Filipe estava envolvido com a Guerra dos Cem Anos, entre a Inglaterra e a França.
Ele resolveu criar uma ordem para recompensar a lealdade dos seus súbditos.
Nessa época, ele estava negociando o seu casamento com D. Isabel, que só ocorreria em 1430.
Na sua viagem de Portugal para a Borgonha, ela acabaria ficando retida por tropas francesas.
Filipe anunciou a criação da ordem no último dia das celebrações.
Os objetivos da ordem eram reverência a Deus e manutenção dos valores cristãos, bem como honrar os antigos cavaleiros.
Mas a escolha do tosão de ouro para simbolizar esses valores causou polémica, porque ele vem de uma história da mitologia grega e porque o herói realiza algumas ações questionáveis.
Então foi resgatada uma história da Bíblia sobre o milagre do velo de Gideão.
Quando a Borgonha foi incorporada pela Espanha, a Ordem do Tosão de Ouro passou para a casa de Habsburgo.
Com a morte do rei Carlos II, último membro da casa no trono espanhol, a ordem se dividiu: tanto Filipe V, da casa de Bourbon, que o sucedeu, como Carlos VI do Império Romano-Germânico, dos Habsburgo, reivindicaram soberania sobre ela.
Hoje, o rei Filipe VI de Espanha e Carlos de Habsburgo, neto do último imperador da Áustria, são os soberanos da ordem.
Tanto D. João VI, como os dois imperadores brasileiros, D. Pedro I e D. Pedro II, foram agraciados com o Tosão de Ouro espanhol.
Esta foi a única condecoração não portuguesa encontrada na exumação de D. Pedro I, em 2012.
Sem comentários:
Enviar um comentário