Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

terça-feira, 6 de agosto de 2024

ORDEM DO TOSÃO DE OURO



 

Já repararam nesta ordem que aparece nos retratos de D. Pedro?
O nome é Ordem do Tosão de Ouro e foi criada há 594 anos, em 10 de janeiro de 1430, por Filipe III de Borgonha, para celebrar o seu casamento com a infanta Isabel, filha do rei D. João I de Portugal.
Esta ordem de cavalaria é até hoje uma das mais prestigiadas do mundo, embora se tenha dividido em duas, a espanhola e a austríaca.
Na época, a Borgonha era um Estado independente, mas Filipe estava envolvido com a Guerra dos Cem Anos, entre a Inglaterra e a França.
Ele resolveu criar uma ordem para recompensar a lealdade dos seus súbditos.
Nessa época, ele estava negociando o seu casamento com D. Isabel, que só ocorreria em 1430.
Na sua viagem de Portugal para a Borgonha, ela acabaria ficando retida por tropas francesas.
Filipe anunciou a criação da ordem no último dia das celebrações.
Os objetivos da ordem eram reverência a Deus e manutenção dos valores cristãos, bem como honrar os antigos cavaleiros.
Mas a escolha do tosão de ouro para simbolizar esses valores causou polémica, porque ele vem de uma história da mitologia grega e porque o herói realiza algumas ações questionáveis.
Então foi resgatada uma história da Bíblia sobre o milagre do velo de Gideão.
Quando a Borgonha foi incorporada pela Espanha, a Ordem do Tosão de Ouro passou para a casa de Habsburgo.
Com a morte do rei Carlos II, último membro da casa no trono espanhol, a ordem se dividiu: tanto Filipe V, da casa de Bourbon, que o sucedeu, como Carlos VI do Império Romano-Germânico, dos Habsburgo, reivindicaram soberania sobre ela.
Hoje, o rei Filipe VI de Espanha e Carlos de Habsburgo, neto do último imperador da Áustria, são os soberanos da ordem.
Tanto D. João VI, como os dois imperadores brasileiros, D. Pedro I e D. Pedro II, foram agraciados com o Tosão de Ouro espanhol.
Esta foi a única condecoração não portuguesa encontrada na exumação de D. Pedro I, em 2012.

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.