Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Rainha D. Amélia volta a Portugal em 1945



 

Em 1945, entre 19 de maio e 30 de junho, e com a permissão de Salazar (como não podia deixar de ser), a rainha D. Amélia volta a Portugal.
Permite-se de novo o uso do termo 'Alteza'", que a República tinha censurado na Imprensa.
A rainha vem de França, onde há 35 anos sofria o exílio, com o objetivo de rezar junto do túmulo dos dois filhos e do marido — D. Luís Filipe e D. Carlos enterrou-os ela no Panteão dos Bragança em São Vicente de Fora, mas o corpo de D. Manuel II último rei e último duque de Bragança, chegou de Inglaterra sem que o pudesse acompanhar.
Não admira que admirasse tanto Oliveira Salazar que, do seu ponto de vista e ao tempo (não se podem fazer juízos à luz de factos posteriores), restituíra a paz a um País que via dilacerado pelas guerras internas (presidentes assassinados, mortos nas ruas e uma crise financeira que deixava os pobres mais pobres — recorde-se que apesar de todas as proibições continuou a ajudar como pôde as instituições que tinha fundado, como a luta antituberculosa e os dispensários infantis).
Certa, sempre, de que não fora o povo a querer o fim da monarquia, aceitou os seus "vivas" com comoção.
No dia 25 de outubro de 1951, a rainha D. Amélia faleceu na sua residência em Versalhes, aos oitenta e seis anos.
Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia, morrendo às 9h35 da manhã.
Entre suas últimas palavras encontrava-se a frase: "Sofro tanto! Deus está comigo. Adeus. Levem-me para Portugal!".
O corpo da rainha foi então trasladado pela fragata "Bartolomeu Dias" para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Esse foi o seu último desejo na hora da sua morte.
O funeral teve honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa.

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.