Em 1945, entre 19 de maio e 30 de junho, e com a permissão de Salazar (como não podia deixar de ser), a rainha D. Amélia volta a Portugal.
Permite-se de novo o uso do termo 'Alteza'", que a República tinha censurado na Imprensa.
A rainha vem de França, onde há 35 anos sofria o exílio, com o objetivo de rezar junto do túmulo dos dois filhos e do marido — D. Luís Filipe e D. Carlos enterrou-os ela no Panteão dos Bragança em São Vicente de Fora, mas o corpo de D. Manuel II último rei e último duque de Bragança, chegou de Inglaterra sem que o pudesse acompanhar.
Não admira que admirasse tanto Oliveira Salazar que, do seu ponto de vista e ao tempo (não se podem fazer juízos à luz de factos posteriores), restituíra a paz a um País que via dilacerado pelas guerras internas (presidentes assassinados, mortos nas ruas e uma crise financeira que deixava os pobres mais pobres — recorde-se que apesar de todas as proibições continuou a ajudar como pôde as instituições que tinha fundado, como a luta antituberculosa e os dispensários infantis).
Certa, sempre, de que não fora o povo a querer o fim da monarquia, aceitou os seus "vivas" com comoção.
No dia 25 de outubro de 1951, a rainha D. Amélia faleceu na sua residência em Versalhes, aos oitenta e seis anos.
Tinha sido atingida por um fatal ataque de uremia, morrendo às 9h35 da manhã.
Entre suas últimas palavras encontrava-se a frase: "Sofro tanto! Deus está comigo. Adeus. Levem-me para Portugal!".
O corpo da rainha foi então trasladado pela fragata "Bartolomeu Dias" para junto do marido e dos filhos, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Esse foi o seu último desejo na hora da sua morte.
O funeral teve honras de Estado e foi visto por grande parte do povo de Lisboa.
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