Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

APOLO 70



 

Aqui residia a alegria e o encontro de tudo. Amigos que trocavam segredos, jogos de bowling e máquinas cheias de novidade, cinema de encantar e comidas, os combinados e gelados que só existiam ali. Compras bem personalizadas e tempo gasto com qualidade.
Apolo 70, nome pomposo que apelava ao espaço, a luz que não se cansava, o mundo especial, a relação que se criava com os lojistas e clientes, a cor que não se esgotava. Sonhos e desejos como se o mundo não fosse acabar. Perfeição de viver.
Fechou. O sonho desfez-se, o chão abriu, o tempo não mais sorriu, as madeixas branquearam, os desejos murcharam e tudo mudou. O que se congelou ficou mas tudo o mais passou. Fui muito feliz aqui. Minha primeira casa de fora.
(Texto de Margarida Vale, in Lisboa Antiga)
O Centro Comercial Apolo 70 situa-se na Avenida Júlio Dinis, Campo Pequeno, em Lisboa. Foi o primeiro centro comercial a abrir em Portugal, em Maio de 1971.
O projeto de interiores e decoração é da autoria de Paulo Guilherme d'Eça Leal.
Possui uma área de 3000 m2, em 2 pisos, com uma oferta de 41 lojas. Já teve um bar, um bowling de 4 pistas e farmácia. O cinema que aí funcionou tinha uma sala forrada a napa branca.
Em 3 de julho de 2021 fechou as portas por tempo indeterminado devido a uma ordem judicial, na sequência de um litígio judicial que opõe a empresa concessionária do espaço, a Companhia Proprietária de Estabelecimentos Vários, COPEVE, e o proprietário do edifício onde o centro comercial está instalado.

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.