Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Era uma vez... o Alzheimer



 

- Bom dia, D. Maria.
- Bom dia, senhor.
- O que faz aí sentada com este frio?
- Estou esperando o meu filho. Ele foi fazer umas compras, mas parece que se atrasou - acrescentou a D. Maria, consultando o seu relógio.
- Não fique preocupada, com certeza ele não vai demorar. A senhora importa-se que eu lhe faça companhia?
- Obrigada, não se preocupe. O senhor terá coisas mais importantes para fazer, do que ficar na companhia de uma velha como eu. Certamente alguma moça de sorte estará esperando por si.
- Não será nenhum incómodo, garanto. Vamos ficar sentados neste banco e esperar.
E assim, todas as manhãs, o Miguel ficava sentado ao lado da sua mãe idosa, à espera de um filho que nunca esteve tão perto.

(autor desconhecido)

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.