Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Ricardo Leão, sem dó nem piedade 😉





FC Porto com 21 milhões de euros de prejuízo em 2023/2024



 

É o 3.º exercício negativo nas últimas cinco épocas.

Foi assim que tudo começou 😉




Foi dito por Amadeu Guerra, atual procurador-geral da República




Merecida homenagem de Luís Osório ao meu Amigo António



 

POSTAL DO DIA
António Calvário acaba de fazer 86 anos e continua a pintar o cabelo
1.
Fez 86 anos e não sai de casa sem estar absolutamente impecável.
Cabelo pintado sempre de louro, roupa com cores de vida, cara sem brilhos e com as rugas atenuadas, cheiroso…
Quem o vê nos arredores de sua casa, na Margem Sul de Lisboa, não imagina o que este homem passou para ali chegar, o que viu, o que sofreu, o que teve de fazer para sobreviver.
2.
António Calvário era a estrela das estrelas até ao 25 de Abril de 1974.
As mulheres acotovelavam-se para o ver.
Gritavam como ouviam lá fora fazer com os Beatles.
Um dia, na estreia de uma revista, uma fã ficou tão histérica que se atirou do balcão para a plateia – partiu as duas pernas, mas ainda assim, dizia-se na altura que gritara por ele até ao hospital.
Talvez hoje os mais novos não saibam quem ele é.
Por que foi desaparecendo, foi saindo de cena pelo cansaço de estar sempre a tentar esbracejar por um bocadinho de atenção.
Sim, António Calvário tentou de tudo para sobreviver a uma revolução que lhe apontava o dedo – afinal, ele era o exemplo do nacional-cançonetismo, uma ferramenta do salazarismo para adormecer as pessoas com músicas que ajudavam a que tudo ficasse na mesma.
3.
Deixou de ser convidado para cantar nos espetáculos e nas revistas que agora tinham rábulas que lhe eram dedicadas, que o gozavam até às lágrimas.
Para sobreviver cantou em cabarets de má fama. Bares de alterne com champanhe, engates de uma noite e o luxo de os casais poderem dançar agarradinhos ao som da sua voz acompanhada por um órgão de feira.
António aceitou ser palhaço e atração no circo e fez questão de nunca se deixar em casa, de nunca desistir. Fez o que era preciso, muito respeito por isso.
Em 1977, um amigo de esquerda, e uma das maiores figuras da música portuguesa, Nuno Nazareth Fernandes, compôs “Mocidade, Mocidade” para o ajudar a sair do estigma de que era um fascista.
Foi um sucesso enorme.
Porventura o seu último grande sucesso.
4.
António Calvário acaba de fazer 86 anos e continua a pintar o cabelo.
Continua bonito, impecável no que veste, no que se cuida.
Com um enorme respeito pelas pessoas, pelo público, mesmo que as pessoas e o público já não o reconheçam como antes.
O cantor que foi o primeiro representante português no Festival da Canção, filho de um mecânico nascido no Algarve e de uma doméstica que transferiu todas as suas ambições e afetos para aquele filho pródigo, o Tonecas que o país conheceu como António Calvário.
Uma estrela que continua a brilhar numa luz que já não vemos, mas que existe.
Que é real.
E deve ser respeitada.
Luís Osório, 31 de outubro de 2024



Terramoto de Lisboa - 1 de Novembro de 1755



Foi o mais destrutivo sismo de que há registo no nosso país. A capital portuguesa sofreu grandes estragos e mortandade também devido ao maremoto e ao incêndio que se seguiram. O litoral sul português e o Algarve também foram atingidos.
Na manhã do dia 1 de Novembro de 1755, cerca das 09h30, a terra tremeu durante vários minutos, derrubando edifícios e espalhando os seus destroços por toda a parte.
Minutos depois o rio cresceu pelas ruas da cidade, invadindo a baixa. Muitas pessoas que tinha fugido para as margens do Tejo com o objectivo de escapar aos edifícios que ruíam foram apanhadas pelas águas.
Quando as ondas se retiraram ficaram os incêndios que queimaram o que restava.

 


De uma população de 300 mil habitantes em Lisboa, crê-se que 90 mil morreram, 900 das quais vitimadas diretamente pelo tsunami. Outros 10 mil foram vitimados em Marrocos. Cerca de 85% das construções de Lisboa foram destruídas, incluindo palácios famosos e bibliotecas, conventos e igrejas, hospitais e todas as estruturas. Várias construções que sofreram poucos danos pelo sismo foram destruídas pelo fogo que se seguiu ao abalo sísmico, causado por lareiras de cozinha, velas e mais tarde por saqueadores em pilhagens dos destroços.



#catujaleno


"Caiu o Carmo e a Trindade"



 

É uma expressão popular portuguesa que se refere a factos que provocam grande surpresa ou confusão ou, por ironia, a factos sem importância de que se receiam consequências graves.
A expressão tem origem, segundo se crê, no sismo de Lisboa de 1755, em que desabaram os conventos do Carmo e da Trindade.

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.