Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

116° ANIVERSÁRIO DO REGICÍDIO



O Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio, em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, resultando deste atentado a morte do Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe.
O atentado foi uma consequência do clima de crescente tensão que perturbava o aspecto politico português.
O Rei, a Rainha e o Príncipe Real encontravam-se então em Vila Viçosa, no Alentejo, onde costumavam passar uma temporada de caça no inverno.
O infante D. Manuel, futuro Rei, havia regressado dias antes, por causa dos seus estudos como aspirante na marinha.
Os acontecimentos acima descritos levaram D. Carlos a antecipar o regresso a Lisboa, tomando o comboio, na estação de Vila Viçosa, na manhã do dia 1 de Fevereiro.
Durante o caminho, o comboio sofre um ligeiro descarrilamento junto ao nó ferroviário de Casa Branca, provocando um atraso de quase uma hora.
A comitiva régia chegou ao Barreiro ao final da tarde, onde tomou o vapor “D. Luís”, com destino ao Terreiro do Paço, em Lisboa, onde desembarcaram, na Estação Fluvial Sul e Sueste, por volta das 5 horas da tarde, onde eram esperados por vários membros do governo, incluindo João Franco, além dos infantes D. Manuel e D. Afonso, o irmão do rei.
Apesar do clima de grande tensão, o monarca optou por seguir em carruagem aberta, envergando o uniforme de Generalíssimo, para demonstrar normalidade.
A escolta resumia-se aos batedores protocolares e a um oficial a cavalo, Francisco Figueira Freire, ao lado da carruagem do rei.



Quando se deu o atentado, encontravam-se poucas pessoas no Terreiro do Paço.
Aquando do primeiro tiro, os conspiradores debruçam-se sobre a carruagem real e atiram sobre o Rei e o Príncipe.
Os assassinos, Manuel Buíça, professor primário, e Alfredo Costa, comerciante de Lisboa, atiram várias vezes sobre o Rei e a sua carruagem.
A Rainha apenas se defendeu com o que tinha na mão, um ramo de flores, agredindo os atacantes.
Ao anoitecer, o Infante D. Manuel é coroado Rei de Portugal, que, devido às crescentes instabilidades sociais e à sua inexperiência para liderar, será o último Monarca do País.
Com este bárbaro atentado, a Europa ficou revoltada, uma vez que D. Carlos era estimado pelos restantes Chefes de Estado europeus, e ainda mais pelo facto de não se ter tratado de um acto isolado, mas sim uma organização metódica.
Jornais de todo o mundo publicam imagens do atentado, baseadas nas descrições, com elementos mais ou menos fantasiosos, mas sendo sempre presente a imagem de Dª Amélia, de pé, indiferente ao perigo, fustigando os assassinos com um frágil ramo de flores.
Em Londres, os jornais exibiam fotos das campas dos assassinos, cobertas de flores, com a legenda “Lisbon’s shame!” (A Vergonha de Lisboa).



 

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.