Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

"O Absinto", 1875, Degas



 

Degas era filho de um banqueiro, cresceu no seio de uma família parisiense bastante rica.
O seu pai achava que ele deveria ser advogado e o rapaz, coitado, ainda frequentou o curso de direito, mas nunca acabou.
Ele gostava era da pintura e de pintar.
Começou a aprender no atelier de um pintor consagrado.
Aí conheceu Ingres, o grande Ingres, que sempre o fascinou.
O movimento impressionista nascera há pouco e ainda era mal visto pela crítica.
O nome veio do título dum quadro de Monet, "Impressão do Sol nascente".
Os impressionistas não "cozinhavam" as cores, quero dizer, não as preparavam, não as misturavam, utilizavam cores puras.
Por justaposição conseguiam efeitos luminosos nunca vistos, mas pouco apreciados pela crítica, no início.
Os impressionistas não respeitavam as convenções da arte académica e gostavam de pintar a mesma paisagem a várias horas do dia, para captar as diferenças da luz.
É verdade que permanece a questão se Degas terá sido um verdadeiro impressionista ou não, e que ele teve várias discussões com o núcleo duro do grupo.
"O absinto" representa um café que Degas frequentava, na Place Pigale, em Paris.
Mostra dois personagens claramente embriagados, alheios a tudo, alienados, em frente a um copo de absinto.
O homem fuma cachimbo e olha para o lado.
O absinto, essa bebida, popular na época, e da qual Pessoa e Van Gogh também eram apreciadores, foi depois proibida.
Parece que fazia mal à cabeça.
Reparem que os dois personagens não estão centrados, estão na parte direita da tela.
Talvez Degas estivesse sentado na mesa da esquerda e aí tivesse feito um primeiro esboço.
O que Degas mais gostava era de pintar bailarinas!
Como foi a vida romântica, amorosa e sexual do Degas?
Querem saber?
Vejam no Google, eu não conto essas coisas!
Agora um segredo.
O Museu Gulbenkian possui um magnífico autorretrato de Degas, mas, por favor, não digam a ninguém, pois haverá filas de gente para ver a obra.
Enfim, hoje, para nos alienarmos já não necessitamos de absinto, temos as redes sociais.
(Rui Cavaleiro no X, ex-Twitter)

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.