A bela e provocante actriz francesa que atendia pelo nome artístico de Gaby Deslys (1881/1920) era uma estrela de sucesso no "music hall" do início do século XX.
Por onde passava atraía uma legião de homens apaixonados.
Contraiu a gripe espanhola em 1918 e não resistiu.
No seu testamento deixou toda a sua fortuna aos pobres de Marselha, cidade onde iniciou a sua carreira.
Gaby era um poço de mistério.
Havia quem afirmasse que nem francesa era.
Seria natural da actual República Checa.
Mas isso importava alguma coisa?
Claro que não.
Gaby Deslys teve grandes admiradores e foi cortejada e desejada por muitos homens, entre milionários, políticos, príncipes, monarcas e aristocratas.
Presume-se que terá sido amante de muitos deles.
Mas o caso amoroso mais polémico e mediático da sua vida foi o que manteve com D. Manuel II, o jovem Rei de Portugal.
A relação começou quando o monarca português visitou Paris, em 1909.
Não tardou a que se encontrassem, e a que o jovem monarca ficasse completamente apaixonado pela actriz, que era considerada mesmo uma das mais belas da época.
O escândalo surgiu quando a relação (que foi tudo menos discreta, tendo a cantora chegado a dormir no Palácio Real numa das suas passagens por Portugal) saltou para os jornais portugueses e estrangeiros.
Em Portugal, a imprensa afecta à causa republicana não tardou a vilipendiar o monarca e a comparar Gaby Deslys a uma prostituta de luxo, que dormia com o monarca a troco de colares de pérolas (com efeito, o Rei ofereceu-lhe um colar de pérolas no valor de 70 000 dólares).
O escândalo contribuiu de modo decisivo para abalar a imagem de D. Manuel II perante os portugueses e para a sua posterior deposição no seguimento da Implantação da República Portuguesa.
(Fonte: Ancestralidades)
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