Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 14 de fevereiro de 2021

E se esta noite eu fosse ter contigo?





Se esta noite eu fosse vento

Vento suave, uma brisa

Em febricitante movimento

Numa viagem bem concisa

Desnudado partiria ao relento

 

Se esta noite eu fosse lua

Em breve estaria presente

Com minha alma nua

Viajava rápido e docemente

Faria minha vontade tua

 

Se esta noite eu fosse raio

Intenso com radiante luz

Sem fraqueza ou desvaio

Ao amor faria o maior jus

Imponente, sem ensaio

 

 Se esta noite eu fosse paixão

Com entrega bem ardente

Em ti tocaria a minha mão

Sentiria ser gente

Gente que diz não à solidão

 

Se esta noite eu fosse omnipresente

Faria dela uma noite de amor

Com meus dedos paulatinamente

Do teu corpo expulsaria a dor

A jovens voltaríamos, certamente

 

Pesado será o castigo

Marcante da minha vida

Se não fores feliz comigo

Meu amor, minha querida

E se esta noite eu fosse ter contigo?

 

(Alberto João, Muge, 13/5/2019  in 'poeta e louco um pouco')


(Foto de Margarida João, com o pôr do sol em Muge)

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.