Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Os cabelos brancos da avó da minha neta





São belos

os brancos cabelos

da avó da minha neta.

 

Adoro olhar

sou feliz a tocar

apaixonado a beijar

os cabelos brancos

da avó da minha neta.

 

Aqueles cabelos que vi

de modo febricitante

com olhos de ver

e atenção bastante

pela primeira vez

na minha mocidade

quando a avó da minha neta

tinha 15 anos de idade.

 

Ai, como são lindos

sedosos

maravilhosos

deslumbrantes

mais que dantes

os cabelos brancos

da avó da minha neta.

 

Tenho medo de viver

ou morrer

sem tocar

sem beijar

e sem amar

os cabelos brancos

da avó da minha neta.

 

Será que no além

vou ter a sorte também

de contemplar

tocar e beijar

os cabelos brancos

da avó da minha neta?

 

(Alberto João, Muge, 9 de Abril de 2016

in blogue 'poeta e louco um pouco')



 

Sem comentários:

Contador, desde 2008:

Localizador, desde 2010:

Acerca de mim

A minha foto
"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.