Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 21 de julho de 2024

CASTELO DE MARIALVA




Marialva é hoje uma das 12 aldeias e freguesias do concelho de Mêda, distrito da Guarda, cujas ruínas e vestígios que chegaram extraordinariamente bem conservados aos nossos dias deixam adivinhar um passado de grande relevância e importância histórica.
Apesar de estar hoje praticamente abandonada, a vila de Marialva conheceu um período de franco apogeu nos séculos XII e XIII. A povoação constitui uma das mais singulares ruínas de estruturas militares medievais portuguesas mantendo a sua fisionomia praticamente intacta, quer na fortaleza, quer na povoação que se desenvolveu em seu redor.




O castelo dominante no alto de um íngreme penhasco, é o monumento mais importante do conjunto urbano, dominando ainda hoje a paisagem. Possui as características de um castelo românico, com a sua torre de menagem isolada no centro de um pátio relativamente reduzido e entrada principal pelo lado poente. Com estes dados a fortaleza datará certamente do Sec. XI quando D. Sancho I promoveu parte importante do povoamento da região.
Castelo românico, pequeno, inacessível, á sombra do qual nasce uma povoação medieval de grande importância no seu contexto regional
Em 1286 D. Dinis estabeleceu em Marialva uma das muitas feiras criadas no seu reinado, cujas medidas da vara, do côvado e do palmo estão ainda inscritos nos pés-direitos da Porta do Anjo (virada a sudeste), a principal entrada na vila amuralhada.
Dentro do perímetro urbano, as ruas são irregulares e o espaço intra-muralhas apresenta, na actualidade numerosos espaços vazios que originalmente estariam ocupados por habitações.
Em todo o caso, e para alem de algumas casas de ascendência medieval o conjunto integra o largo principal, imediatamente abaixo da Cidadela do Castelo, onde permanece o Pelourinho e a Casa da Câmara, símbolos da ancestral autonomia concelhia de que a localidade desfrutou.





Em 1440 a alcaidaria da vila passou a condado ligado a família Coutinho, confirmando deste modo a sua progressiva história de desenvolvimento. No entanto os séculos seguintes ditariam a sua decadência. Obteve novo foral de D. Manuel e eventualmente sujeita a reformas por iniciativa do infante D. Fernando, irmão de D. João III, e alcaide-mor de Marialva, a velha fortaleza perdia, no entanto, importância e a localidade era abandonada á medida que as novas exigências da guerra passavam ao lado de um castelo obsoleto. Em meados do Sec. XVII a fortificação foi ainda utilizada em plena guerra peninsular, mas um século depois estava já irremediavelmente abandonada e a vila reduzida a oito vizinhos.
No Sec. XX Marialva era pouco mais que uma ruína e nos anos 40 procedeu-se á reconstrução quase integral da Torre de Menagem, bem como de numerosos troços de muralha que ameaçavam desaparecer. Actualmente Marialva é uma das Aldeias Históricas da Beira, tendo sido alvo de restauro de grande parte da vila e de um consequente desenvolvimento turístico.




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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.