Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Praça do Comércio (Terreiro do Paço), Lisboa




A Praça do Comércio, ainda comummente referido pela sua antiga designação de Terreiro do Paço, é uma praça da Baixa de Lisboa situada junto ao rio Tejo, na zona que foi o local do palácio dos reis de Portugal durante cerca de dois séculos e que hoje está parcialmente ocupada por alguns departamentos governamentais.
É uma das maiores praças da Europa, com cerca de 36 000 m² (180m x 200m).
A praça é limitada por 79 arcos.
É considerada um símbolo histórico do poder político e manifestação da capitalidade em Portugal.
Esta simbologia é geralmente associada ao centralismo do Estado.
Em 1511, o rei D. Manuel I transferiu a sua residência do Castelo de São Jorge para este local junto ao rio.
O Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70 000 volumes, foram destruídos pelo terramoto de 1755.
Na reconstrução, coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal.
Os edifícios que envolvem a praça foram, durante décadas, utilizados por diferentes ministérios e outras instituições públicas.
Hoje a sua utilização está dividida entre departamentos governamentais, atividades culturais e promocionais, hotéis, restaurantes e cafés.
É num dos edifícios da praça que se encontra o famoso café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa, e um dos preferidos de Fernando Pessoa.
Após a Revolução de 1910 os edifícios foram pintados a cor-de-rosa.
Contudo, voltaram recentemente à sua cor original, o amarelo.
O lado sul, com as suas duas torres quadradas, está virado para o Tejo.
Foi durante muito tempo a entrada nobre de Lisboa e, nos degraus de mármore do Cais das Colunas, vindos do rio, desembarcaram e foram recebidos chefes de estado e outras figuras de destaque.
No centro da praça, vê-se a estátua equestre D. José, erigida em 1775 por Joaquim Machado de Castro, o principal escultor português do século XVIII.
No lado norte da praça, encontra-se o Arco Triunfal da Rua Augusta, a entrada para a Baixa.
A área serviu como parque de estacionamento até à década de 1990, mas hoje este vasto espaço é usado para eventos culturais e espectáculos.
No dia 1 de dezembro de 1640 a antiga praça assistiu ao fim da União Ibérica com a prisão da Duquesa de Mântua e a morte do secretário de estado Miguel de Vasconcelos que foi atirado de uma janela do palácio para o Terreiro.



No terramoto de 1755, onde hoje se encontram os edifícios que constituem o Terreiro do Paço, existia o Palácio Real, em cuja biblioteca estavam guardados 70 mil volumes e centenas de obras de arte, incluindo pinturas de Ticiano, Rubens e Correggio. Tudo foi destruído. O precioso Arquivo Real com documentos relativos à exploração oceânica, entre os quais, por exemplo numerosas cartas do descobrimento do Brasil e outros documentos antigos também foram perdidos.
A 1 de fevereiro de 1908, o rei D. Carlos e o seu filho, o Príncipe Real D. Luís Filipe foram assassinados quando passavam na praça.
Na Revolução de 1910, a praça assistiu ao desembarque da Marinha no Cais das Colunas para ocupar locais estratégicos da cidade. A 5 de Outubro de 1910, na Praça do Município junto ao terreiro, foi proclamada a República.
A 18 de fevereiro de 1957, a rainha Isabel II do Reino Unido desembarcou no Cais das Colunas, na sua visita a Portugal.
Durante o regime do Estado Novo, alguns dos discursos do Presidente do Conselho, Oliveira Salazar foram proferidos à janela dos ministérios, nomeadamente a 27 de agosto de 1963, numa grandiosa manifestação de apoio à política ultramarina portuguesa.
No dia 25 de abril de 1974 a praça assistiu a um dos episódios da revolução que derrubou o governo de Marcello Caetano e o Estado Novo.
No dia 11 de maio de 2010 o Papa Bento XVI celebrou a Eucaristia na praça para cerca de 280 mil pessoas.
Em 2016, a praça voltou a receber as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades que aqui não se realizavam desde o fim do Estado Novo.




Sem comentários:

Contador, desde 2008:

Localizador, desde 2010:

Acerca de mim

A minha foto
"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.