Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Faz hoje 129 anos que Panhard-Levassor foi o primeiro automóvel a circular em Portugal



 

11 de Outubro de 1895
Há 129 anos, pelas 17 horas, chega a Santiago do Cacém o primeiro automóvel a circular em Portugal, uma viatura Panhard-Levassor, importada de Paris por D. Jorge de Avillez, 4.º Conde de Avilez, um jovem aristocrata rural daquela vila alentejana.
Tratava-se de um carro com uma arquitectura que se viria a tornar clássica, com tracção traseira e com o motor dianteiro longitudinal de dois cilindros em V, um V2 com 1290 cc.
O veículo havia chegado ao porto de Lisboa uns dias antes, tendo sido objecto de grande curiosidade.
Todos queriam saber que maquineta era aquela!
Mas, as peripécias continuam na alfândega de Lisboa, pois têm de decidir a taxa a aplicar, pois era um objecto totalmente desconhecido.
Hesitam entre considerar aquele estranho objecto, máquina agrícola ou máquina movida a vapor.
Acabam por se decidir por esta última.
Atravessado o rio Tejo, foi accionado o seu motor, dando início à primeira viagem de automóvel em solo português.
Foi uma viagem dura e atribulada, pois as estradas da época nada tinham a ver com as dos dias de hoje, eram de terra batida, cheias de altos e baixos.
O carro possuía rodados de madeira e aros de ferro, atingindo apenas uma velocidade máxima da ordem dos 15 km/hora.
Durante o trajecto, podem imaginar as muitas aventuras, entre elas o primeiro acidente de viação em Portugal, tendo por vítima um burro.
O pobre animal encontrava-se na estrada a fazer o seu trabalho de carga, habitual na época.
O automóvel ia embalado na descida e só parou quando embateu no burro.
Dizem que o automóvel não travou, apenas abrandou, tendo sido o malfadado jumento a deter o carro.
O automóvel não sofreu qualquer dano, mas o burro não ficou muito bem tratado, tendo o conde de indemnizar o seu dono.
Posteriormente e porque na época não havia estações de serviço para abastecimento, o proprietário da viatura resolveu atestar o depósito com petróleo de iluminação, em vez da benzina que devia utilizar.
O pobre do carro engasgou-se e recusou-se a andar mais.
Foi necessária uma limpeza do depósito e do motor, para que a máquina voltasse a funcionar.
O veículo pioneiro é atualmente propriedade do Automóvel Clube de Portugal e encontra-se exposto no Museu dos Transportes e Comunicações, situado no Porto.

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.