Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Juízes são pagos para incomodar?!

«O presidente da Associação Sindical dos Juízes diz que há uma perseguição dos políticos aos magistrados: "Estamos a pagar a factura de ter incomodado, nas investigações e no trabalho jurisdicional que fazemos, os boys do Partido Socialista."


Temos assim que para o juiz António Martins o Estado português se explica como uma luta entre polícias e ladrões. Cá de baixo, sinto-me pequenino. Amanhã, uns colegas do Martins investigam e processam um ministro ou um deputado, e vejo o acusado a responder à la Martins: "Eu não fiz nada! Esses procuradores e esses juízes é que se estão a vingar porque eu pertenço ao Governo [ou ao Parlamento] que lhes tirou 20% de subsídio de renda de casa." Bola de pingue-pongue é o que me sinto entre raquetas de chantagistas. Com uma diferença. Se os deputados no dia 29, aprovando o Orçamento do Estado, cortarem os tais 20% aos magistrados, estão a zelar pelas contas públicas. Bem ou mal, é discutível, mas fazem aquilo para que são pagos. Já o juiz Martins quando se refere à actividade dos seus escolhe um verbo peculiar: incomodar. Mas eu pago-lhes para incomodar?! Eu pago aos magistrados para investigarem os criminosos e condenar. Qual a lista dos deputados e ministros condenados? É que isso de incomodar não é de órgão de soberania, é de quem sopra acusações e depois nada prova. E a esses eu tirava 100% do subsídio de renda.»


in DN online, 20-10-2010

Sem comentários:

Contador, desde 2008:

Localizador, desde 2010:

Acerca de mim

A minha foto
"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.