sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Fernanda Câncio, uma namorada para todo o serviço?
"A MÃE E O PAI DE PEDRO SANTANA LOPES
Este domingo, a propósito da denúncia, feita pelo Expresso, de um alegado favorecimento da Estoril-Sol efectuado pelo Governo de que Pedro Santana Lopes era primeiro-ministro, quem assistiu, no jornal da noite da SIC, à entrevista feita a Santana pela jornalista Conceição Lino foi informado, em directo e primeira mão, de que Pedro Santana Lopes tem pai. "O meu pai fez 75 anos e no jantar de aniversário tive de estar a explicar isto", declarou o ex-governante e actual líder da bancada parlamentar do PSD, para logo a seguir se queixar de que "cada vez que ponho a cabeça de fora, começa o tiroteio".
Pedro Santana Lopes, 51 anos feitos em Junho de 2007, já uma vez se colocou na situação de bebé dentro de uma incubadora a quem toda a gente pontapeava. Resolveu agora prosseguir o seu peculiar argumentário numa direcção paralela: a de chamar a atenção do mundo para o facto de ter família e de esta ser afectada pelo que se diz dele. Ou seja: cada vez que alguém dá um pontapé na incubadora, não sofre só o filho, sofre também o pai. Magnânimo e destemido, Santana Lopes não pede que deixem de o pontapear e/ou alvejar por ele, não: é pelo pai. É uma interessante linha de defesa, que apenas peca por dois pequenos defeitos. O primeiro é não esclarecer nada quanto ao fundo da questão - seja o caso do casino de Lisboa, seja outro qualquer. O segundo é que, até ver, toda a gente tem ou teve pai e mãe, irmãos e irmãs, marido ou mulher, filhas ou filhos ou, na falta disso, umas tias velhas mas extremosas.
Claro que Pedro Santana Lopes tem hoje um estatuto em termos da política portuguesa (e todas as coisas portuguesas) que lhe permite dizer não importa o quê sem que se erga um único par de sobrancelhas em todo o território luso. Como ele, aliás, muito melhor que ele nesse aspecto - ou seja, ainda pior - só Alberto João Jardim. Mas este, honra lhe seja feita, nunca teve, que me recorde, o excelso mau gosto de invocar o pai ou a mãe quando sob fogo.
Que quem o fez seja protagonista de alguns dos mais desqualificados ataques pessoais da história recente da política portuguesa não é, afinal, contraditório. Primeiro, porque quiçá consciente do carácter improvável da sua personalidade e feitos, Santana se vê na necessidade de assegurar ter tido, como qualquer um de nós, uma génese banal - afinal de contas, foi dos colos de uma mãe e de um pai, e não de outros, que veio ao mundo. Depois, porque a ausência de decência de que já fez uso em relação aos seus opositores é afinal o espelho da forma como trata aqueles que mais respeito e resguardo lhe deveriam merecer. Se a ideia de Santana era pôr o País a condoer-se do pai dele, conseguiu. E de que maneira."
Fernanda Câncio, namorada de José Sócrates, jornalista do DN, 22-02-2008
Nota do editor deste blogue:
Esta Crónica foi escrita dias depois de Pedro Santana Lopes, ter atacado ferozmente José Sócrates, no Parlamento.
Pedro Santana Lopes na SIC falou só do Pai. A Mãe até já morreu.
Cheira-me a vingança...Será? Não será? Parece-me...
E como sempre ouvi dizer que em política aquilo que parece é...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Localizador, desde 2010:
Acerca de mim
- Alberto João
- "Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.
Sem comentários:
Enviar um comentário