Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

sábado, 16 de maio de 2009

Dee Ann Angell e Kay Rene Reed: Trocadas à nascença encontram-se 56 anos depois...



Dee Ann Angell e Kay Rene Reed habituaram-se desde cedo às piadas dos colegas de escola. A primeira, loira e de olhos azul, contrastava com a família morena de olhos castanhos: "A tua mãe teve um caso?" era uma das perguntas provocadoras que costumava ouvir; A segunda também não registava qualquer parecença com os pais e habituou-se a ouvir rumores sobre um erro terrível cometido na altura do seu nascimento.

Ambas seguiram as suas vidas, sem prestar demasiada atenção àquelas questões. Mas agora, 56 anos depois, tudo se esclareceu. As duas mulheres norte-americanas, nascidas no dia 3 de Maio de 1953, foram submetidas a testes de ADN, que revelaram a troca, de acordo com o britânico The Guardian.

Ambas nasceram com 2,800 kg, sem cabelo, e foram as duas únicas bebés a nascer naquele dia no Pioneer Memorial Hospital, no Oregon. Uma enfermeira levou-as para lhes dar banho, no mesmo sítio, por uma questão de conveniência, e depois devolveu-as às mães. Às mães erradas como já se percebeu.

Com alta da maternidade, foram para suas casas, cresceram, casaram e tiveram os seus próprios filhos e netos. Os seus caminhos não voltaram a cruzar-se até este ano.

A verdade começou a vir ao de cima no Verão do ano passado, quando uma vizinha da mãe de Dee Ann decidiu revelar um segredo de que era portadora há anos. Porquê só agora? Porque a octagenária quis esperar que os quatro progenitores das duas bebés trocadas morressem para evitar conflitos. O segredo ter-lhe-á sido confiado pela mãe de Dee Ann, que lhe contou que quando a enfermeira lhe devolveu a menina, ela gritou: "Esta não é a minha bebé!" Os seus protestos terão sido, no entanto, ignorados, mas ela viveu sempre convencida de que estava a educar a criança errada.

Quando Kay Rene ouviu a história, recordou-se de ter ouvido, uma única vez, a mãe referir-se aos rumores que referiam a troca.

As duas mulheres não podiam mais ignorar as suas histórias. Procuraram-se e encontraram-se. Quando Kay Rene viu uma das suas irmãs biológicas, não teve dúvidas: "Aquela sou eu!"

Apesar de nem considerarem necessário o teste de ADN, acabaram por fazê-lo e os resultados, claro, viraram-lhes o mundo ao contrário.

Desde a confirmação, segundo o The Guardian, as duas mulheres vivem uma montanha-russa de emoções, tentando lidar com o facto, por exemplo, de nunca poderem vir a conhecer os pais biológicos.

Mas, por outro lado, a experiência trouxe-lhes outras descobertas interessantes, para além de uma amizade que as leva a chamarem-se mutuamente "twisters", que mistura a palavra inglesa "sisters" (irmãs) com "twist", em alusão à volta que a vida as obrigou a dar.

Através da partilha de informações sobre a vida de cada uma, descobriram também algumas coincidências. Dee Ann, por exemplo, cresceu apaixonada por cavalos, numa família sem qualquer tradição nesse sentido. Acabou por descobrir que Kay Rene foi criada num rancho e que o pai se definia como uma cowboy...

in Visão online, 16-5-2009


Pioneer Memorial Hospital, no Oregon, EUA


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"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.