Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

domingo, 9 de junho de 2024

PICHA



Com pouco mais de 50 habitantes, distribuídos por algumas dezenas de habitações, a aldeia de Picha, no concelho de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, tem muito provavelmente um dos nomes mais difíceis de digerir neste bizarro mapa de Portugal.



Não obstante a designação, Picha é um lugar bonito, onde a maioria da população vive da indústria florestal.
O que poucos sabem é que este topónimo teve precisamente origem na predominância dessa nobre atividade económica, mais concretamente na recolha da resina do pinheiro, a qual foi durante vários anos a principal fonte de subsistência da aldeia.


Durante séculos, a cada pinheiro é acoplado um recipiente onde a resina vai caindo, gota a gota, e que normalmente é fixo no pinheiro com um prego, e que dá pelo nome de picha.
Ao longo dos tempos, o significado original quase se perdeu, sobretudo porque os próprios resineiros começaram a evitar usar a palavra, optando por usar sinónimos mais conhecidos e sem conotação malandreca, como púcaro, vaso ou caneco.


A população da aldeia é, atualmente, bastante diversificada, integrando desde uma geração mais velha e hoje maioritariamente na reforma, a jovens famílias naturais da terra ou que para lá se mudaram em busca de melhores ares e até mesmo um cidadão inglês que resolveu escolher este lugar para viver em sossego e em comunhão com a natureza a sua velhice.




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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.