Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Numa ilha deserta...



Numa ilha maravilhosa e deserta no meio do imenso oceano, após um terrível naufrágio, encontram-se as seguintes pessoas:

- dois italianos e uma italiana;

- dois franceses e uma francesa;

- dois alemães e uma alemã;

- dois gregos e uma grega;

- dois ingleses e uma inglesa;

- dois búlgaros e uma búlgara;

- dois japoneses e uma japonesa;

- dois chineses e uma chinesa;

- dois americanos e uma americana;

- dois irlandeses e uma irlandesa;

- dois portugueses e uma portuguesa;

Passado um mês, nesta ilha absolutamente paradisíaca, no meio do nada, a situação era a seguinte:


- Um dos italianos matou o outro por causa da italiana;



- Os dois franceses e a francesa vivem felizes juntos num ménage-a-trois;


- Os dois alemães marcaram um horário rigoroso de visitas alternadas à alemã;


- Os dois gregos dormem um com o outro e a grega limpa e cozinha para eles;


- Os dois ingleses aguardam que alguém os apresente à inglesa;



- Os dois búlgaros olharam longamente para o oceano, depois olharam longamente para a búlgara e começaram a nadar;


- Os dois japoneses enviaram um fax para Tóquio e aguardam instruções;


- Os dois chineses abriram uma farmácia/bar/restaurante/lavandaria e engravidaram a chinesa para lhes fornecer empregados para a loja.


- Os dois americanos estão a equacionar as vantagens do suicídio porque a americana só se queixa do seu corpo, da verdadeira natureza do feminismo, de como ela é capaz de fazer tudo o que eles fazem, da necessidade de realização, da divisão de tarefas domésticas, das palmeiras e da areia que a fazem parecer gorda, de como o seu último namorado respeitava a opinião dela e a tratava melhor do que eles, de como a sua relação com a mãe tinha melhorado e de que, pelo menos, os impostos baixaram e também não chove na ilha...


- Os dois irlandeses dividiram a ilha em Norte e Sul e abriram uma destilaria. Não se lembram se o sexo está no programa por ficar tudo um bocado embaciado depois de alguns litros de whisky de coco. Mas estão satisfeitos porque, pelo menos, os ingleses não se estão a divertir...


- Quanto aos dois portugueses e a portuguesa que também se encontram na ilha, até agora não se passou nada porque resolveram constituir uma comissão encarregada de decidir qual dos dois homens seria autorizado a requerer por escrito o estabelecimento de contactos íntimos com a mulher. Acontece que a comissão já vai na 17ª reunião e até agora ainda nada se decidiu, até porque falta ainda aprovar as actas das 5 últimas reuniões, sem o que o processo não poderá andar para a frente. Vale ainda a pena referir que, de todas as reuniões, 3 foram dedicadas a eleger o presidente da comissão e respectivo assessor, 4 ficaram sem efeito dado ter-se chegado a conclusão que tinham sido violados alguns princípios do código de procedimento administrativo, 8 foram dedicadas a discutir e elaborar o regulamento de funcionamento da comissão e 2 foram dedicadas a aprovar esse mesmo regulamento. É ainda notável que muitas das reuniões não puderam ser realizadas ou concluídas, já que duas não continuaram por falta de quorum, uma ficou a meio em sinal de protesto pelo agravamento das condições de vida e 5 coincidiram com feriados ou dias de ponte...



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"Horta do Zorate" é um blogue pessoal, editado por Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo, fazedor desencostado, em autoconstrução desde 1958.