Destas mãos que falam, saem gritos d'alma, gemidos de dor, às vezes, letras com amor, pedaços da vida, por vezes sofrida, d'um quase iletrado escritor. Saem inquietações, também provocações, com sabor, a laranjas ou limões. Destas mãos que falam, saem letras perdidas, revoltas não contidas, contra opressões, das nossas vidas! (Alberto João)

quinta-feira, 12 de março de 2009

"Gran Torino" de Clint Eastwood, a partir de hoje numa sala perto de si...


Ainda está fresca a chegada às salas portuguesas de "A troca", o filme anterior de Clint Eastwood, e aí está o seu trabalho mais recente, "Gran Torino", obra que chega esta quinta-feira aos cinemas de todo o país. Veja vídeo com trailer legendado no final do texto.

Clint Eastwood surge de novo também no ecrã, corporizando a figura de Walt Kowalski, um homem que em fim de vida tem de lidar com alguns traumas do passado (familiares, raciais) e com os seus próprios sonhos de vida. Uma história de redenção, numa das obras máximas da já por si enorme carreira de Eastwood.

O responsável pela escrita do argumento foi Nick Schenck, um autor até agora mais ligado à comédia, mas que arranca aqui um extraordinário relato sobre a América de hoje. Mas nunca pensou que a história pudesse vir a ser dirigida e interpretada por Clint Eastwood. "Quando estou a escrever uma história, apenas tenho as personagens na minha cabeça", disse-nos há dias. "Nunca penso nos actores que as podem representar". Mas não escondeu o entusiasmo. "Não podia cair em melhores mãos. É claro que tinha esperanças de que alguma coisa do género pudesse acontecer. Mas assim foi mesmo fantástico".

Nick Schenck explicou-nos então de onde nasceu a ideia para o projecto. "Conheço muitos tipos como o Walt Kowalski, veteranos da Segunda Guerra ou da Guerra da Coreia. E tive um emprego onde também estavam várias pessoas da comunidade Hmong", explicou-nos. "Depois juntei as duas coisas. A história baseia-se em várias situações que conhecia e a personagem central estava com muita clareza na minha mente".

Curioso é o facto de Clint Eastwood ter pegado na história que escreveu e não ter alterado praticamente uma vírgula. "Não houve quase colaboração nenhuma com ele porque só alterou o local onde a história se desenrola. Posso dizer que tive imensa sorte", admite. "Alguns actores improvisaram durante a rodagem, mas isso é normal. Não havia nenhum trabalho em especial a fazer. O Clint limitou-se a filmar o guião".

Durante os três dias em que assistiu às filmagens, confirma ter sido apenas isso, assistir. E durante todo este processo, ficou a conhecer melhor o homem, por detrás do autor e actor que todos conhecemos do cinema.

"É um tipo muito terra-a-terra", afirma Nick Schenck. "É muito bom no que faz, está no topo da sua actividade. E sabe muito bem o que quer. Para ele, este é o seu trabalho. E está cada vez melhor".

O próprio Clint Eastwood já veio a público dizer que "Gran Torino" poderia ter sido o seu último trabalho como actor. Mas o argumentista do filme não está assim tão seguro. "Não sei, porque não discuti isso com ele. Só espero que lhe tenha feito justiça. É verdade que a personagem se adequa muito bem ao Clint Eastwood. Tem a ver com muitas das personagens que ele já representou. Para mim, foi uma grande honra."





in JN online, 12-3-2009

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"Horta do Zorate" é o blogue pessoal de Alberto João (Catujaleno), cidadão do mundo em autoconstrução desde 1958.